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APAV apoiou 1.671 idosos vítimas de violência, mas pode ser só a “ponta do icebergue”

14 jun, 2024 - 17:47 • André Rodrigues com Miguel Marques Ribeiro

“Podemos estar aqui a falar de um problema com uma dimensão muito maior”, afirma Marta Carmo, responsável do projeto “Portugal Mais Velho”.

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A violência contra idosos é um fenómeno alarmante com tendência para aumentar. O alerta foi feito pela coordenadora do projeto “Portugal Mais Velho”, da Associação de Apoio à Vítima, em entrevista à Renascença, no âmbito do Dia Internacional de Sensibilização sobre a Prevenção da Violência Contra as Pessoas Idosas.

Só no ano passado, acrescenta Marta Carmo, a APAV apoiou 1.671 pessoas idosas vítimas de violência. Um valor recorde, mas que - ainda assim - não traduz a verdadeira dimensão do problema.

“O fenómeno é alarmante porque para além destes números, haverão depois também pessoas que recorrem, por exemplo, às forças de segurança ou outro tipo de serviços que não os nossos”, refere.

Desta forma, sublinha, “podemos estar aqui a falar de um problema com uma dimensão muito maior”, até porque é preciso contar também com “os casos que não são denunciados”.

Segundo a responsável, “a Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 80% dos casos não serão reportados. Portanto, nós, de facto, só conheceremos a ponte do iceberg”.

Para além de estar subdimensionado, este problema deverá continuar a aumentar nos próximos anos, sobretudo nos países mais envelhecidos, como Portugal.

“Em países em que a população idosa está a crescer cada vez mais, como é o caso de Portugal, ainda que a prevalência se mantenha, porque temos mais pessoas idosas, o fenómeno e a prevalência do fenómeno irá aumentar”, alerta Marta Carmo.

O programa “Portugal Mais Velho” resultou de uma parceria da APAV com a Fundação Calouste Gulbenkian. O projeto emitiu 30 recomendações sobre o envelhecimento, depois de analisar as políticas públicas e enquadramento legislativo existentes no país.

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