15 jun, 2024 - 16:58 • Alexandre Abrantes Neves , João Pedro Quesado
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) já está “numa situação que traz preocupações para as grávidas” portuguesas. É a leitura feita por Diogo Ayres de Campos, presidente da Federação de Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia (FSPOG), ouvido pela Renascença sobre os constrangimentos previstos nas urgências da especialidade durante a próxima semana.
Diogo Ayres de Campos considera que o caos no SNS não é admissível, e lamenta que se tenha tornado “o normal, como se fosse uma solução que fosse aceitável para um país europeu”.
“Já estamos com uma situação que traz preocupações para as grávidas. As pessoas que enfim tentam arranjar uma solução e essa solução passa pela medicina privada, mas de qualquer maneira, é uma situação que eu acho que para quem não tem essa possibilidade, e mesmo uma questão de princípio para quem paga impostos, não é uma situação que devia estar dada como aceite”, sublinha o presidente das sociedades portuguesas de obstetrícia e ginecologia.
Ayres de Campos também critica as mudanças anunciadas pelo Governo no programa de emergência para a saúde, considerando que não existe mudança de “filosofia” com a mudança de Governo.
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“Não há uma grande alteração da filosofia da Linha SNS, não é? Acho que o mapa, tal como está, é um mapa muito parecido com o que sempre houve ao longo destes meses, publicado pela Direção Executiva do SNS”, atira o médico.
O representante das associações de obstetrícia e ginecologia considera ainda que “o que é necessário é criar condições para que realmente os médicos e os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde se mantenham nos seus lugares do SNS, e não tenham a tendência para ir para hospitais privados ou para o estrangeiro”.
Este sábado, o Ministério da Saúde garantiu que os mapas que indicam quais as urgências de ginecologia e obstetrícia abertos em Portugal continental estão a ser atualizados "pelo menos uma vez por dia".