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Ceifa de aveia vai causar "chacina" de abetardas e águia-caçadeira, avisa associação

17 jun, 2024 - 07:05 • Lusa

As aves estepárias são um grupo de aves que "dependem de sistemas agrícolas associados à rotação cereal-pousio", entre as quais a abetarda, o alcaravão, a águia-caçadeira, os cortiçóis-de-barriga-branca e os de barriga negra, o francelho ou o sisão.

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A ceifa de aveia, autorizada a partir desta segunda-feira nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) para preservação de aves estepárias, vai causar uma "chacina" de pequenas crias de abetarda e águia-caçadeira, denunciou a associação ambientalista ZERO.

"Os agricultores beneficiários de apoios agroambientais estão autorizados, a partir de hoje, a ceifar aveia, o cereal de sequeiro mais cultivado nestas áreas classificadas integradas na Rede Natura 2000. Esta situação induzirá uma verdadeira chacina das pequenas crias de abetardas e de águia-caçadeira", escreve a ZERO, em comunicado.

De acordo com os ambientalistas, "isto significa que o apoio público para fins de conservação está a contribuir, na prática, para a extinção de algumas das mais emblemáticas aves estepárias".

As aves estepárias são um grupo de aves que "dependem de sistemas agrícolas associados à rotação cereal-pousio", entre as quais a abetarda, o alcaravão, a águia-caçadeira, os cortiçóis-de-barriga-branca e os de barriga negra, o francelho ou o sisão.

Segundo a ZERO, a gestão efetuada pelos agricultores nas ZPE, que resulta numa combinação entre produção de feno para alimentar o gado e a produção de cereais criou "uma armadilha fatal que inviabiliza o sucesso reprodutivo" destas espécies, principalmente da abetarda e da águia-caçadeira.

Os ambientalistas explicam que ao permitir o corte do feno em maio, "contribui-se para a eliminação das crias de abetarda", que abandonam o ninho pouco tempo depois de nascerem mas só mais tarde conseguem voar, assim como das crias de águia-caçadeira, que ainda estão no ninho nesse período.

Como estas espécies têm capacidade para realizar uma segunda postura, em caso de insucesso da primeira, procuram as áreas de cereal disponíveis para nidificar e, ao antecipar-se o corte dos cereais para junho, "as segundas posturas são totalmente destruídas".

"Perante isto, dificilmente se compreende que, num ano de condições climatéricas favoráveis, se tenha fixado a data de 17 de junho para início do corte de aveia, dois dias antes em relação à data fixada no ano passado", lê-se no comunicado.

De acordo com a associação, as datas são decididas pelas Estruturas Locais de Apoio, "compostas por organismos públicos, representantes dos agricultores e organizações não-governamentais de ambiente", mas "prevalece a vontade dos agricultores" por estarem em maioria nestas estruturas.

Nesse sentido, a ZERO exige "que a ministra do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, e o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, deixem de compactuar com esta imoralidade que está a contribuir decisivamente para a extinção destas espécies em Portugal".

Comentários
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  • Carlos Sequeira
    17 jun, 2024 Castro Verde 14:29
    Quem foi o ignorante responsável por esta mentira e calúnia? O direito à informação não lhes dá o direito de publicar falsas notícias, totalmente contrárias à realidade, as quais poderão originar falsas motivações num público menos informado e distante da realidade.
  • JOSE FALCÃO
    17 jun, 2024 MONFORTE ( ZPE Monforte) 13:31
    tenham respeito por uma classe que vos dá de comer. Falem com seriedade, transparência e tornem-se PESSOAS a quem gostaríamos de poder respeitar. Venham à ZPE onde eu alimento há mais de 100 anos dezenas de abetardas / cisões / aguias caçadeiras , onde estas espécies são protegidas sem contrapartida nenhuma da sociedade civil. Nem um agradecimento há pelo serviço que fazemos,. Exceptos os coices de mula que parece ser a única coisa que sabem fazer! Tornem-se responsáveis, credíveis, venham ao contraditório e mostrem a todos do que vivem, quem vos paga e porque paga! Mostrem às sociedade quem são!

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