19 jun, 2024 - 18:30 • Pedro Mesquita
João Lima Cluny diz à Renascença que "estando obrigado a abrir inquérito quando entende ter-se verificado a prática de um crime", o Ministério Público "fez o que tinha que fazer".
Em causa está a transcrição de uma escuta - divulgada ontem pela CNN Portugal - entre o então primeiro-ministro e o titular das Infraestruturas, em que, alegadamente, ouve-se António Costa a dizer a João Galamba para demitir a CEO da TAP.
Contactado esta tarde pela Renascença, João Lima Cluny - o representante legal de António Costa - garante que só agora e pela comunicação social soube da existência desta escuta. O advogado recusa também fazer qualquer interpretação sobre a eventual relevância jurídica da manutenção destas escutas para o processo da Operação Influencer.
O que quero é que fique claro é que não tinha, não tive, qualquer conhecimento alguma vez destas escutas. O processo no qual o Dr. António Costa foi ouvido encontra-se em segredo de justiça e, portanto, eu não vou fazer qualquer outro comentário sobre isso.
O que lhe posso transmitir é que eu estou a ter conhecimento destas escutas, pela primeira vez, através da comunicação social.
Estou a dizer-lhe que tive conhecimento destas escutas através da comunicação social.
Eu não faço esse tipo de interpretação. Não conheço a razão pela qual foi determinada a manutenção destas escutas no processo e, portanto, sem conhecer as razões que fundamentaram essa essa manutenção não consigo responde-lhe a essa pergunta.
O Ministério Público tomou essa opção e certamente tem razões fundadas para fazer. Está vinculado, obviamente, a um princípio que não é o da oportunidade, mas sim o da legalidade. E estando obrigado a abrir inquérito quando entende ter-se verificado a prática de um crime, fez o que tinha de fazer.