01 jul, 2024 - 19:31 • Anabela Góis , Marisa Gonçalves
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou a demissão do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Luís Meira, apurou a Renascença junto de fonte do Ministério da Saúde.
Nos próximos dias será conhecido o sucessor de Luís Meira no INEM, adianta a mesma fonte.
O presidente do INEM apresentou a demissão numa reunião realizada esta segunda-feira no Ministério da Saúde.
Em causa, está o desconforto causado pelas palavras da ministra da Saúde que manifestou estranheza pelo facto de o Instituto Nacional de Emergência Médica não ter aberto concurso público para a aquisição de quatro helicópteros de emergência médica, com verbas aprovadas em finais de 2023, noticiou esta segunda-feira o Jornal de Notícias.
Ao que a Renascença apurou o concurso foi aberto no início deste ano e recebeu duas propostas com valores muito acima dos determinados pelo governo, que tinha um "teto" de 12 milhões de euros para o efeito. O resultado do concurso ficou a conhecer-se em cenário pré-eleitoral.
Há cerca de um mês, a 5 de junho, Ana Paula Martins anunciou estar a estudar mudanças na liderança do INEM e considerou fundamental refundar este organismo.
"Se há algo que precisa de ser refundado é o INEM. É uma dimensão absolutamente fundamental na capacidade de resposta na saúde", afirmou a governante, ouvida na comissão parlamentar de Saúde.
Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro, diz que a demissão de Luís Meira só peca por tardia.
“Uma demissão há muito esperada por nós, que já tínhamos solicitado ao Governo anterior, e que pode ser o início de um ciclo que trave a degradação dos serviços que tem vindo a ocorrer nos últimos tempos. Esperemos que sejam criadas as condições para que, daqui para a frente, se possa trabalhar criando pontes com os trabalhadores, mas sobretudo garantindo um serviço mais capaz”, afirma Rui Lázaro.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar vai continuar a lutar pelo processo de revisão da carreira e por melhorias salariais.
Também em declarações à Renascença, Paulo Paço, da Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica, congratula-se pela demissão de Luís Meira e afirma que espera um sucessor no cargo capaz de fazer “ a tão ansiada remodelação” no INEM, porque “o sistema está pela hora da morte”.
[notícia atualizada]