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Marinha acompanha passagem de navio russo em águas nacionais

02 jul, 2024 - 11:08 • Lusa

Nos últimos três anos quadruplicaram o número de missões de acompanhamento de navios russos durante a passagem por águas portuguesas, revelou o almirante Gouveia e Melo.

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A Marinha Portuguesa acompanhou a passagem do navio russo URSA MAJOR em águas nacionais entre domingo e segunda-feira, divulgou esta terça-feira aquele ramo das Forças Armadas.

Trata-se de um navio da Federação Russa "que participa ativamente no esforço de reabastecimento logístico russo", esclarece a Marinha, cujo Centro de Operações Marítimas (COMAR) empregou o NRP Setúbal e as lanchas NRP Orion e NRP Dragão para "acompanharem e monitorizarem o trânsito deste navio pela Zona Económica Exclusiva do continente.".

"A Marinha, através destas ações de monitorização e vigilância, garante a defesa e segurança dos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, na proteção dos interesses de Portugal e, simultaneamente, contribui para assegurar o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos no quadro da Aliança", lê-se na nota publicada na página da internet daquele ramo das Forças Armadas.

O chefe de Estado-Maior da Armada Portuguesa, almirante Gouveia e Melo, revelou, numa entrevista publicada no dia 15 de maio, que nos últimos três anos quadruplicaram o número de missões de acompanhamento de navios russos durante a passagem por águas portuguesas.

"Há três anos o número de acompanhamentos que fazíamos era inferior a uma dezena por ano. Só no ano passado fizemos 46 e já este ano fizemos 14. Esses navios da Federação Russa, que podem ser militares ou mercantes mas com atividade militar conhecida, podem transitar nas nossas águas no sentido de irem da posição A para a posição B ou então podem ter interesses nas nossas águas. E as duas coisas acontecem simultaneamente", disse ao Diário de Notícias e à TSF.

Na entrevista, o almirante Gouveia e Melo contextualiza, afirmando que a invasão que a Federação Russa fez à Ucrânia veio mudar o comportamento internacional.

"Essa mudança pode ser de tal forma estruturante que pode destruir as bases que temos hoje. Destruindo essas bases, tudo o que hoje consideramos como garantido, que é a segurança na Europa, a NATO, a União europeia, que são pilares essenciais para a nossa segurança e para a nossa prosperidade, podem ser postos em causa", referiu.

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