05 jul, 2024 - 07:15 • João Malheiro
O Ministério de Saúde nunca terá respondido aos sucessivos pedidos de uma solução sobre helitransporte de doentes, apesar de ter sido informado a 11 de abril pelo INEM.
Segundo o semanário "Expresso", o prolongamento do ajuste direto do INEM terá sido "uma aterragem forçada" provocada pelo Governo, que estava a contar com uma intervenção da Força Aérea.
Quando isso não aconteceu, a renovação por ajuste direto ficou como única solução viável, o que fez com que o instituto precisasse de um reforço de mais de seis milhões de euros. Algo que terá sido concedido, oficialmente, pela secretária de Estado da Gestão da Saúde, a 21 de junho, contudo o Governo continuava a insistir que a Força Aérea integrasse a operação, deixando o INEM na expectativa.
A 28 de junho, pelas 19h00, na última hora antes do prazo para assegurar a continuidade dos helicópteros, o Ministério da Saúde ainda não dado o aval final. De acordo com o "Expresso", o INEM terá feito um último pedido urgente diretamente para a própria ministra Ana Paula Martins, mas não terá obtido resposta.
Sem resposta, o INEM avançou para o ajuste direto para não perder o helitransporte de doentes a partir de julho. A direção do instituto viria a demitir-se na semana seguinte, esta segunda-feira.
O gabinete da ministra da Saúde não respondeu às perguntas do "Expresso" sobre a intenção de utilizar a Força Aérea, porém o semanária aponta documentos em que a secretária de Estado Cristina Vaz Tomé refere que os militares iriam assegurar o helitransporte durante o dia, enquanto o INEM deveria assegurar durante a noite, em Macedo de Cavaleiros e Loulé.
Fonte da Força Aérea referiu ao semanário que nunca chegou qualquer pedido formal do Governo.
O Ministério da Saúde refere ao jornal que esteve sempre informado, durante o processo, e que nunca aceitou o aumento da verba para os helicópteros.