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Viticultores do Douro dizem ter "batido no fundo" e prometem sair à rua em força

25 jul, 2024 - 20:25 • Lusa

Produção de vinho do Porto vai ter um benefício de 90 mil pipas de mosto, menos 14 mil do que em 2023. Vinicultores estão preocupado com uvas que vão sobrar.

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Os viticultores do Douro alertaram esta quinta-feira para a situação insustentável que atravessam, que será agravada com o mais recente corte no benefício de vinho do Porto, estando a mobilizar-se para um protesto de larga escala.

Depois de uma marcha lenta de protesto contra o corte no benefício para a vindima de 2024 que juntou, esta manhã, cerca de 100 agricultores no Peso da Régua, a freguesia de Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, promete mais e maiores formas de luta.

"Hoje fomos poucos, mas futuramente vamos ter o Douro completo, em força. O Governo tem de olhar para a Região Demarcada do Douro com olhos de ver, porque os viticultores assim não aguentam, é impossível", afirmou à Lusa o presidente de Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro, Manuel Fernandes.

O benefício de 90 mil pipas de mosto para produção de vinho do Porto, menos 14 mil do que em 2023, foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado hoje pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que esteve reunido no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

Perante esta redução, Manuel Fernandes defendeu a necessidade de juntar todos os produtores durienses numa manifestação de larga escala que, adiantou, já está a ser preparada e promete fazer-se ouvir.

"Há 21 municípios, temos de nos unir e sair para a rua, com força, para ver se nos ouvem e se os senhores do Governo se começam a mexer. Aqui já há muita miséria escondida e as pessoas assim não aguentam. Já batemos no fundo", reiterou.

O autarca da freguesia com maior produção de vinho do Porto da Região Demarcada do Douro disse ser insustentável suportar um preço de 300 a 350 euros por cada pipa.

"Ao cortarem o quantitativo, o benefício para fazer o vinho do Porto, ao darem menos pipas do que no ano passado, que foram 104 mil, automaticamente, há menos 14 mil pipas para transformar que serão de vinho consumo, o chamado vinho de mesa", explicou.

Manuel Fernandes revelou, a este propósito, que já foram despedidos centenas de lavradores das adegas, uma vez que estas não aceitam o vinho consumo.

"O que é que estes lavradores vão fazer ao excedente das uvas, ao que fica depois do benefício?", questionou.

Também a Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), decidiu avançar com uma manifestação que decorrerá no Peso da Régua, em 07 de agosto, e terá como propósitos ver assegurado o escoamento das uvas e travar os cortes no rendimento e no benefício.

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  • Petervlg
    26 jul, 2024 Trofa 07:57
    De um momento para outro começaram todos a produzir vinho, agora existe excedente, agora é que estão preocupados. Pela burrice deles, agora querem que o governo faça algo, ou seja como dar mais apoios, pois estes fulanos vivem apenas dos apoios do estado.

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