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GREVE DOS técnicos assistentes

Porto. Se vai à Loja do Cidadão, prepare-se para constrangimentos

16 ago, 2024 - 11:28 • Jaime Dantas

Esta sexta-feira, os técnicos assistentes da loja do cidadão do Porto estão em greve durante todo o dia. Os serviços ligados ao cartão do cidadão e pedidos de residência são os mais afetados.

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Foi uma manhã difícil para os utentes que se dirigiram esta sexta-feira para a loja do cidadão do Porto graças à greve dos assistentes técnicos.

Ainda não existem números de adesão à greve, mas serviços do Instituto dos Registos e do Notariado - emissão e entrega de cartões de cidadão, pedidos de autorizações de residência - são os que estão a ser mais afetados.

Antes da abertura de portas já era longa a fila de pessoas que queriam ser atendidas. Muitas delas já estão no local pela segunda vez, outras já não fazem essas contas.

A maioria só teve conhecimento da greve dos assistentes técnicos 15 minutos antes da abertura da loja, quando foi afixado um papel à porta do estabelecimento.

Fila para a loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR
Fila para a loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR
Panfletos greve loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR
Panfletos greve loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR
Fila para a loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR
Fila para a loja do cidadão do Porto. Foto: Jaime Dantas/RR

É esse o caso de Kelly, que veio de São Paulo para Portugal com um visto de trabalho. Vem para pedir a emissão do Número de Identificação Fiscal (NIF) e, se não tiver sorte, "vai ser bem complicado", confessa.

"Eu já tenho um trabalho, mas eu preciso do NIF para finalizar o contrato", explica a imigrante.

Também Lucília Santos veio tratar de um assunto urgente. "Vim tratar do cartão europeu de saúde da minha filha. Já tentei vir cá e não consegui. Não é possível tirar este cartão pela Internet", conta.

"Se não conseguir, vai amanhã para o estrangeiro sem cartão", admite.

À hora de abertura das portas, os utentes começaram a entrar na torre das Antas, mas alguns saíram pouco depois sem conseguir resolver o seu problema.

Olívia Moura, que saía impaciente do edifício, tentava mudar a morada da sua mãe. "É só uma alteração da morada. Chegar aqui e ver isto assim [em greve] não é justo", considerou, indignada.

"Eu sei que eles têm direito à sua greve, mas também não é a gente chegar aqui e depois ter que ir embora sem tratar das coisas", reclama.

Já Hugo Costa teve uma experiência bem diferente. "Consegui levantar o cartão de cidadão, dado que o pedido era urgente", diz.

Trabalhadores pedem valorização profissional e salarial

A greve foi marcada para todo o dia pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) e acontece exclusivamente na loja do cidadão do Porto.

Isto porque, conforme contou à Renascença Aurora Gomes, dirigente do STFPSN, os assistentes técnicos "são chamados a executar funções com um grau de complexidade superior àquele que é a carreira".

"Para além de fazerem a entrega de documentos de identificação e de certidões, eles próprios analisam os processos e também emitem certidões. Isto já é a função de grau de complexidade superior, designadamente do oficial de registo", especifica a responsável sindical.

A solução defendida pelo sindicato para a valorização destes profissionais é a abertura de mais vagas para técnico superior, uma vez que "nem todos têm licenciatura na área de direito e, consequentemente, não podem aceder à carreira de oficial de registo", continua.

Aurora Gomes conclui dizendo que, se não houver "vontade política" por parte da tutela - com quem já teve uma reunião -, terá que continuar a "chamar à atenção" do executivo. Questionada pela Renascença, admitiu que essas "chamadas de atenção" podem passar por mais greves.

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