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Incêndios na Madeira

Madeira. Problema dos incêndios não se resolve com mais meios aéreos, admite AGIF

23 ago, 2024 - 07:53 • Teresa Almeida

Presidente da Agência para a Gestão dos Fogos Rurais sugere aplicação de estratégia de prevenção à imagem do que foi feito no continente.

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Não são mais dois ou três helicópteros que vão proteger a Madeira da tragedia dos incêndios. Para Tiago Oliveira, da Agência de Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF), é preciso que as autoridades comecem por reconhecer os problemas.

À Renascença, o presidente da AGIF diz estar disponível para transpor para a Madeira o conhecimento que foi aplicado no território continental no combate aos incêndios. Para Tiago Oliveira há um conjunto de outras políticas, de outras ferramentas para lá dos meios aéreos que é preciso implementar.

Segundo este especialista, o importante agora é que o poder político e as instituições locais reconheçam os problemas “e, em conjunto, possam desenhar uma estratégia para lá chegar". "Isso não se limita a ter mais um dois ou três mais aéreos”, garante.

Tiago Oliveira é taxativo ao dizer que o problema é "mais complexo que isso". "Implica mexer no comportamento das populações, implica mobilizar pastores, mobilizar a atividade florestal", admite.

"Há um conjunto de outros meios de combate para lá dos meios aéreos”, reforça.

É por isso, garante Tiago Oliveira, que o trabalho de fundo e a experiência feita no continente pode verter para a Madeira. O problema é que o plano de ação nacional (PNA) de combate aos incêndios tem competências apenas no continente. A Madeira é autónoma nesta matéria. Mas é só um querer do arquipélago e as autoridades quererem aplicar as medidas, até porque Tiago Oliveira diz estar disponível para fazer chegar todo o conhecimento usado no continente ao governo de Miguel Albuquerque. "Estamos sempre disponíveis para ajudar. Nós não temos competência nas ilhas, embora tenhamos sempre convidado e partilhado informação publicamente, mas eles são autónomos, têm os seus processos de trabalho e a sua capacidade da análise”.

O presidente da AGIF reconhece essa limitação, mas esclarece que, sempre que a Madeira quiser, poderá aderir ao plano nacional de combate aos fogos florestais. "Eles próprios podem aderir ao processo de trabalho do plano nacional. Mas este é um plano que tem uma dimensão continental", remata.

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