06 set, 2024 - 09:09 • Teresa Almeida , Olímpia Mairos
Em cinco anos, a velocidade média baixou em Portugal, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Circula-se agora, em média, a 18 km à hora. A capital é uma das cidades mais congestionadas de trânsito da Europa. São dados do Instituto de Mobilidade dos Transportes.
À Renascença, Sofia Kalakou, professora da Universidade do Minho, diz que “como todos hoje em dia temos várias obrigações, o tempo é muito importante, queremos chegar rápido aos nossos destinos e, assim, as pessoas ficam desmotivadas de utilizar o transporte público, porque está considerado como muito mais lento do que outras opções”.
A lentidão é, por isso, um fator que afasta as pessoas do transporte público.
Na visão da especialista é preciso estar mais próximo das necessidades de quem circula nas grandes cidades, “porque a procura muda com a decisões das pessoas de habitação, muda com os hábitos das pessoas”.
Para Sofia Kalakou, o preço “não é o único fator definitivo, mas temos de aumentar a velocidade e a cobertura das zonas geográficas”.
Questionada sobre como é que se aumenta a velocidade numa cidade cheia de carros, a especialista refere que é “fazendo as pessoas transferirem-se do transporte privado para o transporte público”.
Os dados mostram que os portugueses perdem cada vez mais tempo nas deslocações em transportes públicos. São mais 21% face aos registos de pré-pandemia e, por isso, é preciso voltar a atrair utentes.
Um problema que o ISCTE, o IMT e as universidades do Porto e de Lisboa vão tentar ajudar a resolver com a pós-graduação Mobilidade do Futuro, que arranca já no final do mês.