22 set, 2024 - 23:01 • Alexandre Abrantes Neves , Salomé Esteves
A Associação Portuguesa de Geógrafos está preocupada com a chuva forte que se vai sentir a partir de terça-feira no Norte e Centro do país e alerta para a possibilidade de grandes enxurradas nas zonas afetadas pelos incêndios.
À Renascença, António Bento Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos, explica que "se a chuva for concentrada e os incêndios tiverem sido de grande intensidade, podemos ter grande escorrência superficial, o que poderá arrastar todos os materiais". Estes deslizamentos, acrescenta, podem trazer "grandes enxorradas" e acarratar "graves problemas e, até mesmo, perda de vidas humanas".
As zonas e centro do país foram também as mais fustigadas pelos incêndios da semana passada, entre domingo e segunda. Mas o geógrafo alerta que "nem todos os incêndios são iguais" e que as chuvas podem ter efeitos diferentes em zonas e vegetação diferentes, mas podem ser particularmente graves nas "zonas declivosas".
Mesmo que não aconteçam deslizamentos de terra, a chuva vai ter consequências negativas nas zonas ardidas. "O que vai acontecer garantidamente com a chuva é que vamos perder solo", especificamente "alguns nutrientes que vão ser levados nessa escorrência". António Bento Gonçalves simplifica: "o solo vai ficar mais pobre".
O presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos apela às câmaras municipais e juntas de freguesia para desobstruírem as vias de água e evitar a criação de "micro-barragens" e permitir o normal curso da água.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu um alerta para percipitação forte e persistente entre terça e quinta-feira. Durante os próximos dias, afirma o instituto em comunicado, devem ser emitidos vários aviso metereológicos.