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​Crise da Habitação em Lisboa

“Tem que haver quem oiça o problema individual de cada pessoa”

01 out, 2024 - 13:10 • Cristina Nascimento

Presidente da Associação do Património e da População de Alfama apontou casos de empreendimentos imobiliários construídos e vazios que já foram vendidos mais que uma vez a grupos económicos.

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A população de Alfama considera que faz falta quem oiça, caso a caso, os problemas de habitação de quem mora em Lisboa e naquele bairro, em particular.

Na conferência “Habitar as Grandes Cidades”, uma iniciativa Renascença e Câmara Municipal de Lisboa, a presidente da Associação do Património e da População de Alfama Maria de Lurdes Pinheiro explicou que “antes da reorganização administrativa, havia os gabinetes técnicos locais”, locais onde “eram discutidas várias situações, não só de reabilitação, como inclusive o próprio proprietário se precisava de fazer obras no seu edificado, ia ter ao gabinete, tinha equipas que ajudavam nessas questões”.

“Tem que haver quem oiça o problema individual de cada pessoa”, nomeadamente ao nível dos rendimentos.

“Uma pessoa que ficou desempregada não pode ir pagar uma renda de 900 euros e o rendimento que hoje as pessoas têm, não dá para pagar as rendas do mercado”, acrescentando que “enquanto os portugueses ganharem o que ganham, temos muita dificuldade de chegar ao nível de Espanha ou Berlim”.

Maria de Lurdes Pinheiro argumentou ainda que é preciso mais reabilitação de casas, garantindo que “se tudo o que existe público fosse reabilitado e entregue às pessoas, a crise era muito menor”.

Noutra fase da sua intervenção, Maria de Lurdes aludiu ainda a outras questões de mercado, assegurando que “há muita casa fechada à espera da especulação imobiliária”.

Maria de Lurdes Pinheiro deu exemplos de empreendimentos em Alfama “que nunca foram habitados” e que “já foram vendidos duas e três vezes a grandes grupos económicos”.

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