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Câmara de Lisboa assegura que sem-abrigo tirados dos Anjos estão em "locais condignos"

07 out, 2024 - 20:46 • Lusa

Autarquia diz que "todos os realojados foram transportados num autocarro com as suas bagagens", e que as pessoas que estavam a viver em tendas junto à Igreja dos Anjos estão "em locais com acesso a duche e divisão de género".

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A Câmara Municipal de Lisboa esclareceu esta segunda-feira que, na sexta-feira, realojou 55 pessoas, que estavam a pernoitar em tendas junto à igreja dos Anjos, assegurando que todas se encontram agora em locais condignos.

A 5 de outubro, a Renascença apurou, junto de fonte da autarquia, que o município vai assegurar o alojamento de 56 pessoas, depois de Carlos Moedas fazer o anúncio nas cerimónias de comemoração da Implantação da República.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Câmara de Lisboa, presidida por Carlos Moedas (PSD), refere que a operação "foi comunicada às pessoas em situação de sem-abrigo que se encontravam no local com um aviso prévio de vários dias", tendo sido dada a possibilidade de levarem consigo todos os seus pertences.

"Todos os realojados foram transportados num autocarro com as suas bagagens. Foram ainda guardadas bagagens e haveres pessoais de pessoas que se encontrariam a viver no local, mas que estavam a trabalhar ou ausentes, para posterior entrega", indica a autarquia lisboeta.

A Câmara de Lisboa assegura ainda que as condições dadas às pessoas que foram realojadas "são condignas", encontrando-se a pernoitar "em locais com acesso a duche e divisão de género".

"Um dos critérios de escolha desses locais foi o da proximidade de transportes públicos e de todos os equipamentos sociais de apoio aos realojados, nomeadamente de fornecimento de alimentação", explica o município, acrescentando que todas as pessoas retiradas do jardim da Igreja dos Anjos terão um acompanhamento social "contínuo e individualizado".

A autarquia sublinha ainda que a ação de sexta-feira junto à igreja dos Anjos se enquadra "num trabalho que vem sendo desenvolvido no local, tendo já anteriormente encaminhado cerca de 30 pessoas em situação de sem-abrigo para "várias respostas de alojamento temporário".

"De referir que o número de pessoas que ali se encontrava a pernoitar era oscilante, com algumas entradas e saídas ao longo dos tempos", ressalva o município.

Os esclarecimentos da Câmara de Lisboa surgem após críticas e pedidos de esclarecimento por parte de partidos da oposição.

Num requerimento, com data de domingo, os vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa questionaram Carlos Moedas sobre a intervenção desenvolvida nos Anjos e sobre quais as instituições envolvidas.

Os comunistas questionam ainda o munciípio sobre a veracidade de alguns relatos que davam conta da falta de condições dos alojamentos em que as pessoas foram realojadas e também do extravio de alguns pertences.

No sábado, numa intervenção nas comemorações da Implantação da República, Carlos Moedas anunciou que a autarquia tinha conseguido resolver a situação dos imigrantes que estavam a viver há vários meses junto à igreja dos Anjos, na freguesia de Arroios.

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  • Anastácio Lopes
    08 out, 2024 Lisboa 10:14
    Era conveniente que Moedas saiba e prove que sabe que o Princípio da Igualdade é para respeitar e nunca para ser letra morta como no caso presente e em muitos outros continua a ser, e porque não há sem abrigos apenas e só nos Anjos, para quando a resposta para todos os outros sem abrigos de todas as outras áreas da cidade? Será que há para Moedas sem abrigos de primeira, segunda, etc? É bom não ignorarmos os milhares ou milhões que a CML vai assim entregar ao privado, quando nos três anos e tal que leva o seu mandato, apesar de ter uma vereadora do pelouro da habitação, nada fizeram para que esta vergonha municipal não fosse alastrando como o está. Será que este dinheiro entregue aos privados para temporariamente receberem meio dúzia dos sem abrigo de Lisboa, não seria melhor gerido na construção de habitações onde estes seres humanos pudessem sobreviver autónoma e independentemente. Semelhante dualidade de critérios e de falta de vergonha provou ter Moedas e a sua Administração quando o Papa Francisco veio de Roma a Lisboa, lhe veio recordar que o Bairro da Serafina também é Lisboa e depois dessa vergonha perguntem aos que sobrevivem em tal Bairro como os da Quinta do Ferro, Bairro da Liberdade, etc, o que é que viram melhorado nas suas tristes, pobres e fingidas habitações que há 4 décadas todos fazem vista grossa nada assumindo? Foi para estas vergonhas se manterem eternamente que pediu o voto aos cidadãos de Lisboa senhor Moedas?

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