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CGTP contra plano para media pede ao Governo que assuma ao que vem "sem sopradelas"

09 out, 2024 - 16:40 • Lusa

A CGTP mostrou-se hoje contra o Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado esta terça-feira, pedindo ao Governo que assuma ao que vem, "sem sopradelas ao ouvido", fazendo referência às criticas feitas pelo primeiro-ministro ao setor.

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A CGTP mostrou-se esta quarta-feira contra o Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado esta terça-feira, pedindo ao Governo que assuma ao que vem, "sem sopradelas ao ouvido", fazendo referência às criticas feitas pelo primeiro-ministro ao setor.

"A CGTP-IN regista com apreensão a proposta apresentada pelo Governo relativamente ao futuro da comunicação social [...]. O que assistimos no dia de ontem [terça-feira] é a mesma novela que paira sobre o SNS [Serviço Nacional de Saúde], a escola pública, a Segurança Social e que agora chegou à RTP, à Lusa, entre outros", apontou, em comunicado, a central sindical.

O Governo apresentou, esta terça-feira, o seu Plano de Ação para a Comunicação Social, composto por 30 medidas, divididas em quatro eixos -- Regulação do Setor, Serviço Público Concessionado, Incentivos ao Setor, Combate à Desinformação e Literacia Mediática.

Este plano contempla, entre outros pontos, o fim da publicidade na RTP e saídas voluntárias de até 250 trabalhadores, com a contratação de um jornalista por cada dois que se retirarem.

Para a CGTP, a intenção de privar a RTP de cerca de 22 milhões de euros que resultam da publicidade comercial, sem indicar outra fonte de receita, revela a estratégia que o executivo tem em curso.

A intersindical considerou ser "ainda mais inadmissível" colocar como "moeda de troca" o posto de trabalho de 250 trabalhadores.

"Podemos dar o nome que quisermos, rescisões amigáveis, mútuo acordo, seja o que for, mas não deixam de ser mais despedimentos onde quem acaba por mais uma vez ser sacrificado são os trabalhadores. Por outro lado, assistimos ao mesmo de sempre, corta-se o financiamento público para abrir os cordões ao setor privado", sublinhou.

A CGTP mostrou-se ainda preocupada com aspetos como o investimento tecnológico, a transição digital e a formação e reforço de recursos humanos, que defendeu serem imprescindíveis para a concretização dos objetivos de modernização da RTP.

A central sindical garantiu que vai continuar a opor-se a "tentativas de privatização", destacando a necessidade de um serviço público prestado por empresas públicas, como a RTP e a Lusa.

"Sem sopradelas aos ouvidos, é bom que o Governo assuma ao que vem!", rematou.

O primeiro-ministro afirmou, na terça-feira, que pretende em Portugal um jornalismo livre, sem intromissão de poderes, sustentável do ponto de vista financeiro, mas mais tranquilo, menos ofegante, com garantias de qualidade e sem perguntas sopradas.

Luís Montenegro falou na conferência "o futuro dos media", em Lisboa, perante uma plateia com presidentes de empresas e órgãos de comunicação social nacionais e dezenas de jornalistas.

Apesar de ter rejeitado "qualquer tipo de intromissão no espaço que é o reduto do jornalismo", o primeiro-ministro referiu existir a obrigação de "possuir um edifício legislativo e de construir os alicerces da sustentabilidade financeira deste setor para que possa depois traduzir-se em maior grau de liberdade e em prosseguição do interesse público de informar".

Luís Montenegro fez a seguir várias apreciações sobre a atividade jornalística, começando por observar que "é tão importante ter bons políticos como bons jornalistas para que a democracia funcione".

Nesse sentido, o líder do executivo considerou que seria melhor se a comunicação social fosse "mais tranquila na forma como informa, na forma como transmite os acontecimentos e não tão ofegante".

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  • Anastácio Lopes
    10 out, 2024 Lisboa 07:35
    "O Presidente da República [...] disse que havia a necessidade de combater a pobreza, as desigualdades sociais. É difícil não subscrever essas palavras, a questão é como. Sobre isso nada foi dito", apontou João Ferreira. Anastácio Lopes Perante a constatação aqui afirmada, o que se verifica há décadas, que contribuição deu até hoje o PCP em geral e os supostos sindicatos da CGTP, para não serem, como sempre foram, cúmplices destas mesmas pobreza e miséria dos portugueses? Alguém se lembra que este PCP ou os sindicatos da CGTP, tenham proposto aumentos anuais maiores para quem menos ganha e menores para os que ganham mais? Ao proporem como sempre propuseram aumentos na base da percentagem os quais apenas agravam as disparidades já existentes entre ricos e pobres e nada contribui para reduzir quer a pobreza quer a miséria, todos aqueles e aquelas que propõem aumentos na base da percentagem como o PCP, estão no mínimo a serem incoerentes com o que deve ser proposto e feito para reduzir ou anular as mesmas pobreza e miséria. Será assim que alguma vez se defenderá quem trabalha senhoras e senhores do PCP? Recordo que uma carcaça, por exemplo quando varia de preço, varia de igual valor para ricos e para pobres. Se assim é, porque será que os ricos têm de ter aumentos de 500 e os pobres de apenas 50, alguém do PCP me sabe dizer? Como aqui se vê o PCP está cheio de telhados de vidros e que por isso não tem moral nenhuma para falar dos outros pois nada fizeram diferente para melhor.
  • Anastácio Lopes
    10 out, 2024 Lisboa 07:28
    Anastácio Lopes Mais uma vez o país em geral e os funcionários públicos em particular irão ter a prova de que nunca viram os seus direitos defendidos por nenhum destes pseudo sindicatos até hoje. Será que haverá algum destes supostos sindicatos que proponha ao Governo um aumento anual superior para quem menos ganha e inferior para quem mais ganha, ao invés do que fizeram todos até hoje, ou limitar-se-ão a voltarem a propor mais uma vez, aumentos na base da percentagem, empurrando todos aqueles que dizem defender para as pobreza e miséria que é o que sempre fizeram? Mal dos funcionários públicos que continuam a ter sindicatos que ao fim de uma dúzia de anos desde que a Troika nos abandonou, ainda não souberam nem quiseram exigir a nenhum Governo a devolução integral dos Subsídios de Férias e de Natal a quem a eles tem direito, o mesmo é dizer que eliminem de uma vez por todas a dupla tributação sobre tais subsídios para a CGA, ADSE e IRS pois na antiguidade, apenas nos conta um mês motivo pelo qual é intelectualmente desonesto, imoral, injusto e inadmissível que continuem a tributar tais Subsídios com as cumplicidade e apoio destes pseudo sindicatos que nunca defenderam quem trabalha como este flagrante exemplo disso nos faz prova, ontem, hoje e amanhã. Até quando os funcionários públicos terão de serem vítimas destes pseudo sindicatos politizados e dos que os fingem dirigir?

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