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Já morreram 104 lesados do BES. “Justiça que demora décadas não é justiça”

15 out, 2024 - 12:41 • Fábio Monteiro , Liliana Monteiro

Advogado que representa mais de dois mil lesados pediu que seja feita uma perícia aos lesados para se “aferir impacto emocional” e avaliar o “sofrimento com a perda de bens”.

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Desde a queda do Banco Espírito Santo (BES) em 2014, já morreram 104 portugueses lesados no processo. O número foi avançado, esta terça-feira, pelo advogado Nuno Vieira, que representa mais de dois mil lesados, no arranque do julgamento.

“Justiça que demora décadas não é justiça”, disse. “Este processo deve servir de exemplo indemnizatório, um exemplo da história democrática.”

O advogado pediu ainda que seja feita uma perícia aos lesados para se “aferir impacto emocional” e avaliar o “sofrimento com a perda de bens”.

“Só assim se cumprirá a justiça”, frisou.

Ricardo Sá Fernandes, advogado de uma das empresas lesadas pelo BES, pediu ao Tribunal para que os bens perdidos a favor do Estado sejam direcionados para as compensações dos arguidos.

O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.

Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.

Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Comentários
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  • Marques Mariana
    15 out, 2024 Banco em moura 19:56
    O meu comentario eu perdi todas as minhas poupanças. Uma conta preposeram me 40 Pourcento eu assinei para nso perder tudo a outra conta disseram para assinar 13 poucento não assinei .O meu marido encontrasse com Alzheimer nao fala tens que o lavar vestir lhe por a fralda é esta a minha situação
  • ze
    15 out, 2024 aldeia 15:17
    Com recursos e mais recursos....este processo vai demorar mais 10 anos,morrerão muitos dos lesados e dos intervenientes, e por fim talvez seja arquivado,como de costume......Justiça? já sabemos como é.....responsáveis? nunca há....prejudicados? há muitos.
  • Anastácio Lopes
    15 out, 2024 Lisboa 12:42
    Que melhor exemplo para provar as inércia, inoperância e passividade dos que são pagos para dirigir a Justiça portuguesa, a qual é apenas e só a imagem de marca dos que a fingem dirigir, com os resultados que estão à vista de todos e de cada um. Onde estão as vergonha, honestidade intelectual e brio profissional de quem assim finge dirigir a Justiça? Será para demorarem uma década a darem início a um processo do qual 104 vítimas já faleceram, que os ainda dirigentes da Justiça se mantêm nos cargos, nenhum sendo responsabilizado por esta vergonha e por estes resultados que em nada dignificam a Justiça? Para quando alimpeza que a Justiça desde sempre necessita, o povo e o país merecem, para deixarem de ser vítimas da mesma?
  • António dos Santos
    15 out, 2024 Coimbra 12:12
    O circo está montado!!! O Ricardo Salgado agora é uma vítima e está doente. Mas quando roubou famílias inteiras, não estava doente!!! Ele aparece debilitado, mas será verdade ou é drogado? Os atestados médicos valem o que valem. Pois é de conhecimento geral que os médicos emitem atesados e baixas fraudulentas. O advogado de Ricardo tem de ser honeste e deixar de atacar a Justiça!!!

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