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Polícia tem sido "demasiado parcimoniosa" na resposta aos tumultos na Grande Lisboa

23 out, 2024 - 12:50 • André Rodrigues , João Malheiro

Para Hugo Costeira a PSP tem feito "um trabalho incansável", contudo os tumultos mantêm-se imprevisíveis, provocando uma ação reativa por parte os agentes.

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O especialista em segurança interna Hugo Costeira considera que a polícia tem sido "demasiado parcimoniosa" na resposta aos tumultos em vários bairros da Grande Lisboa.

Para o antigo diretor do Observatório de Segurança Interna, "há impreparação" das forças de segurança para eventos deste género e o risco de alastramento da violência a outras cidades.

Por isso, admite um cenário de envio de reforços para lá da PSP, em coordenação superior ao nível do Secretário de Segurança Interna.

"Acho que está na hora de isso realmente começar a acontecer e deixarmos de olhar para estes fenómenos como sendo fenómenos que hipoteticamente estão localizados e focados num determinado espaço geográfico. Portanto, é preciso ter a consciência de que isto pode alargar. E, se isto alargar, será necessário, do ponto de vista quase nacional, que a resposta seja muito mais célere", aponta.

Para Hugo Costeira a PSP tem feito "um trabalho incansável", contudo os tumultos mantêm-se imprevisíveis, provocando uma ação reativa por parte os agentes. O especialista lamenta "uma dificuldade preditiva em relação a este género de eventos".

"O que temos visto é uma polícia tranquila, com algumas equipas de intervenção rápida mal equipadas. Uma viatura da polícia foi alvejada. Quando começamos a entrar nestes patamares, as polícias têm de começar a ser mais assertivas na sua intervenção e começar a fazer mais detenções, identificar de forma mais célere as pessoas que estão nos locais a promover os desacatos", reitera.

Para o perito em segurança interna, as noites não podem passar a ser vividas assim e os cidadãos não podem "continuar a ser incomodados por este género de distúrbios".

"Claramente, há um aproveitamento lamentável desta situação. Há grupos que se divertem na calada da noite, a desafiar as polícias, a queimar caixotes do lixo. Para eles, é uma felicidade autêntica", indica, ainda.

Os desacatos têm sucedido desde segunda-feira após a morte de um homem baleado pela PSP na Cova da Moura e que se espalharam a várias zonas de Lisboa, nomeadamente Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora).

Há registo de incidentes nos concelhos de Amadora, Oeiras, Sintra, Lisboa, Loures e Odivelas.

Comentários
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  • Digo eu
    23 out, 2024 Amadora 18:24
    Se querem identificar os incendiários, têm muito material tanto nas redes sociais, como nas imagens de TV - têm aquela com a tipa de megafone na boca, à frente dum grupelho aos berros, que pela postura não estava a apelar à calma, nem ela nem o grupelho, podem começar por aí. Mas isso de nada vale, se não houver não só prisões, como mantê-los presos - não serve de muito prendê-los e o Juiz soltá-los de imediato.

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