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Marcelo espera que funeral de Odair Moniz decorra em "ambiente de serenidade"

27 out, 2024 - 04:35 • Lusa

Relativamente à investigação judicial que está a decorrer, o Presidente da República disse não ter "dúvidas nenhumas que as instituições irão funcionar como devem funcionar".

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O Presidente da República disse esperar que o funeral do homem baleado na segunda-feira pela polícia decorra num "ambiente de serenidade", salientando não ter dúvidas que as instituições vão funcionar na investigação do caso.

Em declarações aos jornalistas, na noite deste sábado, junto ao Teatro da Trindade, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se por as manifestações realizadas no sábado - uma convocada pelo movimento Vida Justa para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz, outra marcada pelo Chega "em defesa da polícia" -- tenham decorrido "com serenidade" e sem "nenhum problema".

Assim, acrescentou, o funeral de Odair Moniz também deverá decorrer num "ambiente de serenidade".

Questionado se irá estar presente no funeral, hoje à tarde, na Buraca, Amadora, o chefe de Estado disse não querer se "intrometer naquilo que é um momento importante da vida daquela família".

Relativamente à investigação judicial ao caso que está a decorrer, o Presidente da República repetiu que "obedece a regras, a princípios".

"Não tenho dúvidas nenhumas que as instituições irão funcionar como devem funcionar", salientou.

O funeral de Odair Moniz, baleado pela polícia na segunda-feira, na Amadora, realiza-se hoje à tarde na Buraca, ao fim de quase uma semana de desacatos na Área Metropolitana de Lisboa e de duas manifestações na capital.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, também na Amadora, no distrito de Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde esse dia, a PSP registou na Área Metropolitana de Lisboa mais de 100 ocorrências de distúrbios na via pública e deteve mais de 20 pessoas, contabilizando-se ainda sete feridos, um dos quais com gravidade.

As duas manifestações realizadas no sábado, convocadas pelo movimento Vida Justa e pelo Chega, decorreram de forma "pacífica, em serenidade e com civismo", segundo a PSP.

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