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Caso BES. Tribunal decide fazer nova perícia neurológica a Ricardo Salgado

28 out, 2024 - 11:10 • Liliana Monteiro , Olímpia Mairos

Juízes aceitaram pedido da defesa do ex-banqueiro. Exame será realizado em “momento oportuno”.

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Os juízes que estão a realizar o julgamento do caso do Banco Espírito Santo (BES) aceitaram o pedido da defesa de Ricardo Salgado para a realização de uma perícia neurológica. A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal Correio da Manhã e já foi confirmada pela Renascença.

O exame será realizado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) “em momento oportuno”, lê-se no despacho, que esclarece no entanto que "a realização da perícia deverá situar-se, temporalmente, em momento mais avançado da audiência de julgamento".

Segundo a juíza presidente do coletivo, Helena Susano, o exame ao antigo presidente do BES será útil “à decisão a proferir nos presentes autos”, ou seja, aquando de uma eventual condenação.

A juíza-presidente do julgamento do caso BES/GES, que arrancou no passado dia 15 , escreve que a doença de Alzheimer "é uma doença degenerativa, com caráter evolutivo", pelo que a perícia deve ser apenas efetuada num momento mais distante .

Já o pedido de uma perícia económico-financeira foi rejeitado pelo tribunal, que considerou não estar em causa uma efetiva atividade pericial por "apreciação de factos através de uma perspetiva técnico-cientificamente qualificada". .

Nas alegações iniciais do julgamento, Adriano Squilacce, um dos advogados do antigo banqueiro, tinha avisado os juízes que o tribunal estava obrigado a determinar a perícia. Segundo a defesa sem uma nova perícia, o julgamento do BES podia ser declarado nulo caso não fosse feita uma perícia a Ricardo Salgado.

“O arguido apresenta uma perda de autonomia global e precisa de supervisão até para atos de higiene”, alegou a defesa, acrescentando que o arguido não estava em condições de “perceber o processo e muito menos prestar declarações”.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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