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Operação Pretoriano. Casal Madureira recusa prestar declarações

28 out, 2024 - 12:30 • Jaime Dantas com Lusa

Os membros da claque "Super Dragões", da qual Fernando Madureira é ex-líder, protagonizaram um curto momento de tensão, ao dirigir insultos a um homem que trazia vestida uma camisola do Sporting.

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O início desta fase facultativa, que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, requerida por alguns arguidos, começou esta segunda-feira no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, depois de dois adiamentos devido a greve dos oficiais de justiça.

A fase instrutória, que decorre à porta fechada, arrancou com os interrogatórios de Fernando Madureira, que está em prisão preventiva há nove meses, e de Sandra Madureira, sua mulher e antiga vice-presidente dos Super Dragões, um dos grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto.

No entanto, a audição do casal Madureira foi mais rápida do que era esperado.

O casal chegou ao TIC por volta das 9h20 desta segunda-feira para se defender da acusação que lhes imputa 31 crimes - entre eles um esquema de venda ilícita de bilhetes do FC Porto - mas nenhum deles quis prestar declarações, limitando-se a trazer uma lista de 20 testemunhas, entre elas Jorge Nuno Pinto da Costa, que gostariam de ver ouvidas pelo júri. Por este motivo, pouco antes das 11h00, a juíza responsável pelo processo decidiu mesmo dar por terminada a sessão.

Meia hora depois, Fernando Madureira regressou numa carrinha celular às instalações da Polícia Judiciária do Porto. Passados alguns minutos foi a vez da sua mulher, Sandra Madureira, abandonar o local, sem falar aos jornalistas.

"Super Dragões" pedem libertação de Madureira

Ao longo da manhã, uma dezena de apoiantes de Fernando Madureira fizeram sentir a sua presença ao exibir uma faixa com a mensagem "liberdade ao Macaco".

Os membros da claque "Super Dragões", que Fernando Madureira liderou, protagonizaram ainda um curto momento de tensão ao dirigir insultos a um homem que trazia vestida uma camisola do Sporting.

Seguem-se as audiências com alguns dos outros arguidos, entre os quais Carlos Nunes, mais conhecido por "Jamaica", José Pedro Pereira e Fernando Saul, ex-funcionário do clube "azul e branco".

Em causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões "criarem um clima de intimidação e medo" numa Assembleia Geral (AG) do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada uma revisão estatutária "do interesse da direção" do clube, então liderado por Pinto da Costa.

Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes oito foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, apelidado de "Polaco" e igualmente com ligações à claque.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.

O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional "azul e branco" constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.

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