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Cheque-livro de 20 euros entra esta segunda-feira em vigor

04 nov, 2024 - 06:30 • Alexandre Abrantes Neves

O vale pode ser utilizado por todos os jovens nascidos em 2005 e 2006. Pedro Sobral da APEL lamenta a falta de garantias do governo, que ainda não renovou a medida para o próximo ano.

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A partir desta segunda-feira, todos os jovens de 18 e 19 anos podem utilizar um cheque-livro, no valor de 20 euros, em livrarias físicas. A medida pretende fazer aumentar os índices de leitura entre as gerações mais novas e está disponível para todos os residentes em Portugal nascidos em 2005 e 2006: basta aceder ao site souleitor.pt, descarregar o código QR e depois utilizá-lo numa das mais de 200 lojas físicas que aderiram à iniciativa.

O valor pode ser descontado em faturas iguais ou superiores a 20 euros e na compra de qualquer livro, exceto dicionários, manuais escolares, livros de apoio ao estudo e obras não editadas em Portugal. Da medida, ficam também excluídas as lojas online que vendam livros.

O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) – que propôs a medida ao ministério da Cultura, ainda no governo de António Costa – justifica a decisão com o facto de também ser importante levar os jovens a viverem o espírito das livrarias.

“Este espaço não é apenas de venda de livros. As livrarias têm um papel nas comunidades onde se inserem: apresentações, debates, conversas, concertos… O que se passa hoje nas livrarias é de uma riqueza cultural extraordinária. Este cheque-livro também quer levar mais pessoas às livrarias espalhadas pelo país”, esclarece à Renascença.

A proposta inicial da APEL apontava para um vale de 100 euros e não de 20, como decidido pelo governo e executado pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas.

Pedro Sobral fala, por isso, de uma medida ainda insuficiente e lamenta “as muitas cedências” que a APEL fez: “era um cheque livro que estaria disponível todo o ano e vai estar apenas cinco meses e, além disso, vamos começar em cima da ‘black friday’”.

A renovação para próximas edições ainda não está assegurada pelo governo e a medida não foi inscrita no Orçamento do Estado para o próximo ano. O representante dos livreiros e editores diz-se “preocupado” e sublinha que um projeto-piloto de apenas um ano não vai trazer resultados significativos.

“Nós, quando olhamos para os resultados em Itália, França e Espanha, vemos que o aumento dos índices de leitura dos jovens que utilizaram o cheque prolonga-se por dois ou três anos. Não podemos considerar piloto apenas um ano e daí tirar conclusões que serão sempre precipitadas”, defende.

Inicialmente, a iniciativa foi pensada para ser implementada ainda pelo anterior governo, mas acabou atrasada devido aos testes na plataforma informática que vai gerir os vales. O cheque-livro entra em vigor esta segunda-feira e pode ser utilizado até 23 de abril do próximo ano. A lista de livrarias aderentes pode ser consultada aqui.

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