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Função Pública

Fesap pronta para fechar acordo de aumentos na função pública

04 nov, 2024 - 19:38 • Lusa

A proposta apresentada pelo Governo prevê uma atualização geral dos salários para 2025 e 2026, propondo agora um aumento de, pelo menos, 56,58 euros (a proposta anterior era de 55,26 euros) para vencimentos brutos mensais de até 2.620,23 euros.

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A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FEsap) está disponível para assinar o acordo plurianual, tendo em conta a proposta do Governo discutida esta segunda-feira, que assegura aumentos mínimos a todos os funcionários públicos até 2028.

"A Fesap esteve reunida e está disponível para subscrever o compromisso até 2028, já que o acordo que tínhamos até 2026 é inferior ao que temos agora em cima da mesa", disse à Lusa o secretário-geral da Fesap, José Abraão, após uma reunião do seu Secretariado Nacional.

José Abraão disse ainda que a proposta de acordo que está em cima da mesa (e que esteve esta segunda-feira a ser discutida entre o Governo e os sindicatos da função pública) "é uma garantia para os trabalhadores e torna as coisas mais previsíveis", considerando, contudo, que falta ainda fazer "alguns ajustamentos" ao texto final.

Em concreto, a proposta apresentada pelo Governo na reunião suplementar realizada segunda-feira contempla uma atualização geral dos salários para 2025 e 2026, propondo agora um aumento de, pelo menos, 56,58 euros (a proposta anterior era de 55,26 euros) para vencimentos brutos mensais de até 2.620,23 euros e um mínimo 2,15% (a proposta anterior era de 2,10%) para ordenados superiores.

Relativamente aos anos de 2027 e 2028, o Governo propõe um aumento de 60,52 euros ou um mínimo de 2,3% (antes a proposta previa aumentos de 57,89 euros ou um mínimo de 2,2%). Estes valores são iguais aos apresentados pelo Governo para 2028 na anterior reunião e que se mantêm.

Tendo apenas por referência os valores mínimos de aumento, todos os funcionários públicos têm assegurado um aumento acumulado até 2028 de, pelo menos, 234,20 euros, referiu José Abraão que, à saída da reunião com o Governo, segunda-feira de manhã, não tinha adiantado o valor mínimo agora proposto para 2025 e 2026 (de 56,58 euros).

Além da vertente da atualização salarial, José Abraão destacou ainda o aumento de 5% nas ajudas de custo, ressalvando contudo que, após anos de congelamento, esta subida é apenas "um acerto".

Desta forma, as ajudas de custo avançam para os 49,27 euros até à posição remuneratória 9; para os 53,60 euros nas posições remuneratórias 9 a 18 e para os 65,89 euros a partir da posição remuneratória 18.

Já as ajudas de custo no estrangeiro avançam para (pela mesma ordem das posições remuneratórias) 117,47; 138,12 e 156,36 euros.

Entre os "ajustamentos" e "correções" à proposta que vai fazer chegar ao Governo, a Fesap inclui a vertente da revisão das carreiras, com José Abraão a salientar que esta estrutura sindical não concorda "com o empurrar" para 2026 da revisão de carreiras que já devia ter ocorrido, apontando os casos dos técnicos de reinserção social, dos polícias municipais ou das carreiras inspetivas, entre outras.

Depois de os três sindicatos da Administração Pública não terem chegado a acordo com o Governo na reunião da passada terça-feira, no âmbito do processo negocial sobre a atualização geral dos salários dos funcionários públicos do próximo ano, foi realizada segunda-feira uma reunião suplementar.

À saída, tanto a Fesap como o STE, ambos afetos à UGT, adiantaram que iriam avaliar a possibilidade de haver um acordo.

Já a Frente Comum afirmou que não vai assinar o acordo plurianual, com o seu coordenador, Sebastião Santana, a acentuar que esta estrutura sindical não está disposta "a patrocinar uma política de empobrecimento dos trabalhadores da Administração Pública e de degradação dos serviços".

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  • Anastácio Lopes
    05 nov, 2024 Lisboa 08:48
    E lamentável e vergonhoso, que mais uma vez, para não variar, esta FESAP que não é mais do que uma filial do Governo em funções, se prepara para assinar um acordo que nem a taxa de inflação cobre para os trabalhadores, o que só por si pergunta-se se é sério, responsável ou intelectualmente honesto os que em nome da FESAP assinarão tal acordo, mesmo sabendo que o mesmo não cobre a taxa de inflação anual, e muito menos cobre algum do poder de compra perdido pelos mesmos funcionários públicos nas últimas décadas? Apesar de todos os bens de consumo aumentarem o Subsídio de Refeição manter-se-á sem alteração o que é admissível senhores da FESAP? São estas as formas de alguma vez dignificarem o sindicalismo em Portugal, na Europa ou no mundo? Onde estão as vergonha, brio profissional e honestidade intelectual dos que em nome da FESAP afirmam defender quem trabalha, e simultaneamente assinam acordos que irão penalizar quem trabalha, deixando-os mais pobres e cada vez mais perto da pobreza e miséria, como se fosse para isso que alguém trabalha? Mal de quem trabalha e dos aposentados enquanto não tiverem arte, engenho e sabedoria para mudarem estes ficticio sindicalistas, que só o são para manterem os tachos, panelas e frigideiras políticas que têm há décadas à conta dos que alegam defender, apesar de todos os anos provarem o seu contrário e a isto o que dizem os trabalhadores assim aldrabados por quem alega representá-los? Não será já altura de abrirmos os olhos para pôr fim a isto?

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