09 nov, 2024 - 17:53 • Alexandre Abrantes Neves , Diogo Camilo
O secretário-geral do PCP defende que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, só se deve demitir se isso significar uma mudança política do Governo, indicando que estão em causa as “opções de fundo” e não a governante em si.
“Se a demissão da ministra levar à alteração da política de fundo, é já. Que se demita a ministra. Ora, aquilo a que estamos hoje confrontados é uma opção política de desmantelamento de fundos, também do INEM, consagrado numa proposta de Orçamento do Estado que foi aprovada na generalidade”, afirmou Paulo Raimundo durante a manifestação nacional da CGTP em Lisboa.
Paulo Raimundo alerta ainda que o Orçamento do Estado integra uma regra de que por cada funcionário público que sai só pode entrar um e frisa que não foi só Ana Paula Martins a decidir que o documento transfere parte das verbas do setor da saúde para os privados.
"Foi a ministra da Saúde, foi o ministro de Infraestruturas, foi o ministro da Economia, foi o primeiro-ministro", disse.
Na última semana, os constrangimentos no atendimento da linha de emergência estarão relacionados com a morte de pelo menos 10 pessoas, devido a uma greve de técnicos de emergência pré-hospitalar, que foi entretanto suspensa na quinta-feira.
Cerca de duas mil pessoas desfilaram em Lisboa até à Praça dos Restauradores na manifestação deste sábado, convocada pela CGTP para reivindicar aumentos dos salários e das pensões.