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Fernando Negrão: "Polícias precisam de formação contínua"

14 nov, 2024 - 06:02 • Liliana Monteiro

Antigo ministro da Justiça e diretor da Polícia Judiciária diz que fuga de cidadão argelino das mãos da PSP revela necessidade de mais rigor na seleção dos agentes e na formação.

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O social-democrata Fernando Negrão não tem dúvidas de que o episódio da fuga de um recluso de um carro da PSP às portas do Tribunal da Relação de Lisboa mostra fragilidades que devem ser corrigidas na PSP e podem ser observadas noutras forças policiais.

"É preciso mais cuidado no recrutamento, compreendo que é muito complicado porque concorrem poucos e com poucas habilitações literárias e sem se conhecer o perfil do concorrente, mas, por isso mesmo, é preciso ter muito cuidado nessa seleção".

O antigo ministro da Justiça e antigo diretor da Polícia Judiciária sublinha ainda outro fator que considera de grande relevância: a formação.

"Há outra área fundamental para que isto não aconteça, a área da formação continua, área que dá ao polícia capacidade de estar atualizado e dar resposta aos novos problemas que possam surgir", conclui.

Destacando que a PSP “é um corpo de polícia com grande qualidade operacional e ao nível da investigação criminal”, o social-democrata diz que a fuga ocorrida na passada terça-feira “ridiculariza injustamente”.

"Noutros países, por qualquer coisa algemam os detidos. Em Portugal, não vemos isso com a força e perspetiva de outros países. Pode chocar, mas temos de olhar assim para a segurança que é fundamental e ela tem de ser exercida com medidas de força."

Quanto à alegada renovação de autorização de residência no nosso país do cidadão argelino de 36 anos, mesmo com cadastro e procurado pelas autoridades alemãs, Fernando Negrão diz que é um resultado claro do fim do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

“Quem fez isto [extinção do SEF] tem grandes responsabilidades na imagem dos imigrantes e nos grupos que entraram onde se incluíam indivíduos com cadastro e passado criminal perigoso", afirma.

A renovação do titulo de residência do cidadão argelino terá sido emitida pelo Instituto de Registo e Notariado.

O homem foi detido depois de ter tentado sair do país pelo aeroporto de Lisboa, mas acabou detido depois de a PSP ter percebido que pendia sobre ele um mandado de detenção por fogo posto numa esquadra na Alemanha.

A PSP levou o homem para ser presente a juiz no Tribunal da Relação de Lisboa, na passada terça feira, mas acabou por conseguir fugir.

“Os polícias que efetuavam o transporte do detido foram surpreendidos pelo mesmo, ao abrirem a porta da viatura policial de transporte de detidos, tendo o detido encetado fuga e conseguido libertar-se da algema de um dos pulsos durante o seu trajeto de fuga”, disse a PSP em comunicado.

O homem foi um dia depois, na quarta feira, intercetado pela GNR em Lagoa no Algarve.

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  • Primeiro
    14 nov, 2024 Portugal 09:36
    Polícias precisam de nova legislação menos restritiva, bodycams, gás pimenta, tasers, carros que funcionam, remuneração adequada e aumento de efetivos com rejuvenescimento de quadros, já para não falar de instalações que não sejam um ninho de ratos. Formação? Também, mas as outras necessidades, primeiro.

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