13 nov, 2024 - 08:16 • Jaime Dantas
A presidente da Associação Ambientalista ZERO, Francisco Ferreira, considera "ameaçadores" os dados revelados num estudo da Global Carbon Project, que apontam para um valor recorde de emissões de carbono em 2024.
Segundo o documento, este ano deverão ultrapassar os 41 milhões de toneladas, mais 0,8% do que em 2023.
À Renascença, Francisco Ferreira diz que "estamos numa direção dramática para o planeta".
"Por um lado queimamos mais combustíveis fósseis, e por outro cortamos a floresta que é responsável por absorver o dióxido de carbono", salienta.
O ambientalista revela preocupação com países como a Índia e a China, que " já lideram em termos em termos populacionais o aumento de emissões".
No ocidente, se o caminho de Estados Unidos e Europa tem sido no sentido da descarbonização, com o regresso de Donald Trump à Casa Branca tudo pode mudar, diz Francisco Ferreira.
"Os Estados Unidos lançaram durante a administração do Presidente Biden o Inflation Reduction Act (IRA), que fazia uma enorme aposta naquilo que são as políticas de uma industrialização verde e que agora estará ameaçada", alerta.
O presidente da ZERO não tem dúvidas de que com o " Presidente Donald Trump é evidente que nós vamos ter uns Estados Unidos longe de se aproximarem de uma ambição climática necessária para ficarmos por uma temperatura de 1,5. Cº de aumento".
Uma decisão que deverá ter influência na forma como outros países deverão passar a lidar com as alterações climáticas, uma vez que os norte americanos "que são os históricamente os principais responsáveis em termos das emissões", "justificando-se que os outros também não tenham que fazer esse esforço adicional".
"Temos um planeta cada vez mais ameaçado", termina.