15 nov, 2024 - 15:13 • Fábio Monteiro
Morreu Celeste Caeiro, mais conhecida por “Celeste dos Cravos”, a mulher responsável por transformar o 25 de Abril de 1974 na “Revolução dos Cravos”. Tinha 91 anos.
O anúncio foi feito pela neta, na rede social “X”, esta sexta-feira. “Para sempre a minha Avó Celeste. Olha por mim”, escreveu.
Numa nota enviada à imprensa, o PCP recorda que Celeste “enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança. A sua generosidade e afabilidade ficará na memória de todos”.
“A camarada Celeste ficará para sempre associada à história e memória do 25 de Abril e da liberdade no nosso País”, afirma ainda.
A 25 de abril de 1974, por iniciativa própria, Celeste Caeiro distribuiu cravos vermelhos e brancos pelos soldados que fizeram o golpe de Estado. Muitas fotógrafos de então registaram o momento, alguns soldados colocaram as flores nos canos das espingardas.
Originalmente, os cravos eram destinados aos clientes do restaurante em que Celeste trabalhava e comemorava um ano de aniversário. Todavia, dada a revolução, não chegou a abrir portas.
Na
época, Celeste, nascida e criada em Lisboa, tinha 40 anos e vivia com a mãe e a
filha de 6 anos no Chiado.
Este ano, quando se comemora o quinquagésimo aniversário da revolução, Celeste Caeiro esteve em Lisboa e desceu a Avenida da Liberdade, juntamente com milhares de portugueses.
Momento emotivo foi captado em imagens. Veja a fot(...)
Na sessão solene na Assembleia da República. Rui Tavares, porta-voz do Livre, sugeriu que Celeste Caeiro fosse homenageada com uma estátua na casa da democracia.
O Presidente da República manifestou tristeza pela morte de Celeste Caeiro e anunciou que a irá condecorar a título póstumo. Em resposta a perguntas dos jornalistas, no fim da 29.ª Cimeira Ibero-Americana, em Cuenca, no Equador, Marcelo Rebelo de Sousa declarou ter recebido a notícia da morte de Celeste Caeiro "com muita tristeza".
De acordo com o “Correio da Manhã”, Celeste Caeiro vivia, atualmente, em casa da filha e da neta, em Alcobaça, Leiria.