20 nov, 2024 - 07:00 • Jaime Dantas
"Falta apostar na prevenção" da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em Portugal, diz à Renascença o pneumologista João Neiva Machado.
Nesta quarta-feira em que se assinala o Dia Mundial da DPOC, o médico, membro da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), sublinha que esta é uma doença "potencialmente prevenível", mas da qual "uma grande parte da população nunca ouviu falar".
"Num inquérito realizado pela STP em 2022, 70% dos portugueses não conhece a doença. É difícil ter receio e prevenir uma situação que nós não conhecemos", diz.
A SPP está também prestes a iniciar uma pesquisa relativamente à prevalência desta patologia respiratório, uma vez que os dados que existem são "já têm alguns anos e são maioritariamente relativos à Área Metropolitana de Lisboa", avança.
Ainda assim o médico conta estima-se que14% dos portugueses têm DPOC, sendo que a percentagem baixa para os 7% no que toca à doença grave.
O consumo de tabaco é a principal causa para o desenvolvimento desta doença, mas também as pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares estão no incluídos no grupo de risco, "é uma doença que não se limita aos pulmões", explica o especialista.
Ainda assim, o principal sintoma desta patologia é a falta de ar, uma vez que esta é uma "doença obstrutiva, ou seja, reduz o calibre dos brônquios e limita a quantidade de ar que pode passar", continua.
O clínico aconselha, por isso, que os doentes estejam atentos ao "surgimento de sintomas respiratórios e procurar aconselhamento médico para que se possa realizar o exame da função respiratória para diagnosticar a doença".