21 nov, 2024 - 01:10 • José Pedro Frazão
O "número 2" do Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, admite a necessidade de comunicar melhor à população os riscos associados a cheias e inundações.
No programa "Da Capa à Contracapa" da Renascença, que debateu a preparação ao nível do ordenamento e do planeamento de emergência para grandes cheias e inundações, Mário Silvestre reconhece que há um trabalho a fazer de forma a sensibilizar a população para estes eventos, a exemplo do que tem sido feito ao nível do risco sísmico.
"É provavelmente um fenómeno que precisa de ser mais documentado e mais trabalhado. Este pode ser, sem dúvida nenhuma, um processo a abarcar do ponto de vista da comunicação", admite este alto responsável da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Mário Silvestre sublinha que os acontecimentos recentes em Espanha vieram "despertar consciências e revisitar planos, projetos e procedimentos" não apenas no plano das respostas de emergência, mas também, de forma transversal, noutras organizações ligadas aos fenómenos climáticos extremos.
Da Capa à Contracapa
Mário Silvestre, 2.º Comandante Nacional de Emergê(...)
O 2.º comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) reconhece que, apesar da "evolução muito significativa" dos Serviços Municipais de Proteção Civil "que estão muito ativos, empreendedores e com muita capacidade de trabalho" num trabalho de proximidade com as populações, estes organismos têm "uma dificuldade incrível em fazerem-se ouvir e fazer com que as pessoas cumpram os avisos" que são emitidos.
Questionado sobre novas formas de notificação à população em caso de emergência, Mário Silvestre admite que a Proteção Civil está a estudar a utilização do sistema "Cell Broadcast" como ferramenta transversal a todas as emergências num contacto mais detalhado com os cidadãos.
"Permite que os telemóveis numa determinada zona sejam automaticamente notificados com um alerta para o evento em causa, dentro daquela zona geográfica que foi determinada. São alertas muito mais finos, muito mais personalizáveis do que aquilo que fazemos com o SMS normal", explica este comandante da Proteção Civil. Para quando? "Penso que não estaremos muito longe disso", responde Mário Silvestre.
O programa "Da Capa à Contracapa" desta semana, já disponível em podcast, debateu a resposta a cheias e inundações de grandes dimensões, com as lições aprendidas na recente tragédia em Espanha, contando também com a presença do geógrafo José Luis Zêzere, da Universidade de Lisboa.