24 nov, 2024 - 12:25 • Teresa Almeida , Diogo Camilo
"Globalmente positivo”. É assim que a ministra do Ambiente e Energia descreve o acordo conseguido este sábado em Baku, durante a COP29, de 300 mil milhões de euros de financiamento até 2035 para mitigar os efeitos das alterações climáticas.
“O resultado foi positivo. Foram duas semanas de negociações muito complicadas, mas deram também coisas importantes, nomeadamente no financiamento. Não só porque triplicou, mas na forma como se faz o financiamento”, afirma à Renascença Maria da Graça Carvalho, indicando que se prevê o alargamento da base de doadores a alguns países em desenvolvimento.
Em comunicado da tutela, é destacado o "importante consenso quanto ao aumento do financiamento climático". "A nova meta será alimentada por fontes de financiamento públicas e privadas, bem como através de fontes inovadoras de financiamento, tais como conversões de dívida em investimento climático, instrumento que está a ser utilizado com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e que Portugal pretende reforçar no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa", refere a nota.
O acordo foi alcançado melhorando o anterior compromisso de 100 mil milhões de dólares por ano durante a década passada, mas houve espaço para desapontamento e, em muitos casos, indignação com os resultados da COP29.
A Índia foi um dos países mais vocalmente contra o acordo, considerando que foi impedida de manifestar uma posição antes de as conclusões serem adotadas em plenário e que o documento é uma “ilusão de ótica”.
Sobre o território nacional, a ministra avança que a sua tutela está a rever estratégias de adaptação às alterações climáticas, incluindo o alargamento de leitos de rios como o Tejo e o Guadiana.
“Estamos a renaturalizar os nossos rios. É importantíssimo que, se houver uma cheia, os nossos rios tenham maneira de escoar a água”, afirma Maria da Graça Carvalho.
A governante fala ainda de um sistema de prevenção de inundações, que se juntará aos avisos de risco de incêndio e de mau tempo.