25 nov, 2024 - 16:55 • Tomás Anjinho Chagas
A ministra da Justiça, Rita Júdice, assume que é preciso dar respostas mais rápidas às vítimas de violência doméstica e mostra-se surpreendida com a escassez de indemnizações às vítimas.
No dia para a eliminação da violência contra as mulheres, Rita Alarcão Júdice fala num problema que mancha a nossa sociedade e assume a surpresa com com o escasso número de pedidos de indemnização que chegam à Comissão de Proteção de Vítimas de Crime.
"Houve mais de 26 mil denúncias de violência doméstica em 2023. Só nos pode surpreender o escasso número de pedidos dirigidos à Comissão de Proteção de Vítimas de Crime. Pode ser desconhecimento ou qualquer outra dificuldade. Seja como for, queremos que a resposta às vítimas de violência doméstica seja mais diligente", afirmou a ministra.
Rita Júdice falava durante as comemorações deste dia internacional, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais. A ministra da Justiça considera que quando há violência numa casa, a família nunca pode ser feliz, e alerta para o fenómeno da imitação da violência.
"Quero chamar à atenção do fenómeno do mimetismo da violência doméstica. Filhos de famílias com ambientes agressivos tendem a criar famílias com ambientes agressivos", assinala Rita Alarcão Júdice, que pede que se quebre a corrente.
A ministra refere-se a este crime como um atentado à tentativa de as pessoas serem felizes e vinca que uma família infeliz será sempre "terreno fértil para a agressividade e, no limite, para o crime".
Pouco antes, tinha sido a vez do discurso da ministra da Administração Interna. Margarida Blasco assinala que numa altura em que tanto se fala da criminalidade organizada, é muito importante combater também a violência doméstica.
"Em 2024 a maioria das vítimas é do sexo feminino (63%) e a maioria das pessoas denunciadas é do sexo masculino (67%)", começou por assinalar.
Margarida Blasco alerta que, em média, todos os dias há 83 denúncias de violência doméstica: "Esta é a realidade, pelo que temos de fazer mais e melhor", pede a governante.