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Pais de crianças com deficiência entregam petição na AR em defesa da inclusão

28 nov, 2024 - 07:52 • Marisa Gonçalves , Olímpia Mairos

O Movimento Inclusão Efetiva contesta a desigualdade de direitos nas escolas e admite a possibilidade de ser apresentada uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

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Pais de crianças e jovens com deficiência vão entregar, esta quinta-feira, uma petição na Assembleia da República, onde defendem um novo plano para a educação inclusiva. Trata-se de uma iniciativa do Movimento Inclusão Efetiva que já conta com mais de 9 mil subscritores.

Em declarações à Renascença, Lourenço Santos, um dos responsáveis pelo movimento, diz que o principal objetivo é a revogação do regime jurídico da educação inclusiva, que acusa de não estar a ser cumprido nem fiscalizado.

“Não está a ser cumprido, porque não há apoios, não há professores; não há professores de ensino especial, não há terapeutas de fala, não há assistentes operacionais. E isto tem a ver com a descentralização de alguns poderes para as câmaras municipais”, enumera.

Nestas declarações à Renascença, Lourenço Santos diz que além de não estar a ser cumprido o regime jurídico da educação inclusiva, “era suposto ter sido fiscalizado quatro anos depois da entrada em vigor e ainda não foi”.

“Ninguém pode dizer, quem legislou não pode dizer que é uma maravilha, que é um decreto-lei que é modelo para o resto do mundo, porque nunca foi fiscalizado”, insiste.

O documento, a ser apresentado no Parlamento, defende também a criação de um novo plano de acompanhamento das crianças com deficiência bem como dos seus pais.

Isto porque - diz Lourenço Santos - “os pais, quando recebem uma criança com problemas, estão completamente desamparados, não sabem a que apoios têm direito, não sabem onde é que têm que ir”.

Na visão do responsável “devia haver acompanhamento psicológico também para os pais, no fundo para os orientar para aquilo que têm direito”.

O Movimento Inclusão Efetiva contesta ainda o que diz ser a desigualdade de direitos nas escolas e admite a possibilidade de ser apresentada uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

“Estamos a ponderar muito seriamente fazer uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos contra o Estado português, tendo em conta que este direito constitucional não está a ser cumprido, e há aqui muitas situações em que falamos da violação dos direitos humanos das crianças”, antecipa Lourença Santos.

“Não houve uma investigação séria sobre aquilo que se passa nas escolas, e era importante, porque, seguramente, iriamos encontrar muitas coisas perturbadoras”, remata.

Comentários
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  • Monica de sousa
    03 dez, 2024 Vila do conde 12:42
    Pela igualdade, pelo respeito.
  • Anastácio Lopes
    28 nov, 2024 Lisboa 08:55
    Lamento, que mais uma vez, o Movimento Inclusão Efetiva, nos prove ter dualidade de critérios para com os DEFICIENTES que diz querer defender, quando, simultaneamente, e sabendo que a exemplo das crianças, também há adultos DEFICIENTES e sobre os quais, nem uma palavra diz, nenhuma atitude assume, como se não tivessem para com os adultos DEFICIENTES, o mesmo dever de CIDADANIA, dever moral, humano e a mesma honestidade intelectual assim não respeitados. Lamentando as realidades bizarras que se passam com as crianças DEFICIENTES, inadmissíveis num Estado de Direito e Pessoa de Bem que Portugal afirma ser sem o provar, mais uma vez, chamo a particular atenção deste movimento e dos que o dizem dirigir, que há adultos DEFICIENTES, LICENCIADOS, funcionários públicos, para com os quais têm igualmente o dever de apoiar nas suas integrações, por ainda hoje serem vítimas de reais homicídios profissionais pelo Estado português, por continuarem, diariamente, a serem impedidos de ingressarem na carreira de Técnico Superior, apesar de reunirem todos os requisitos legais, sendo assim impedidos de evoluírem profissionalmente, vendo as suas carreiras profissionais queimadas pelos que para isso nunca foram pagos pelo erário público português, o que sendo do conhecimento do PM e do Governo, optaram, todos, apesar de igualmente terem o DEVER DE CIDADANIA que tanto proclamam para respeitar, pelas cumplicidade , fazendo de conta que não sabem ou que nada têm a ver com o denunciado.

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