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Segurança

Três suspeitos detidos por ataque que feriu motorista da Carris

27 nov, 2024 - 22:05 • Redação com Lusa

As investigações prosseguem, adianta fonte policial. Motorista da Carris sofreu queimaduras e esteve internado durante várias semanas.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve três suspeitos de envolvimento no ataque contra um autocarro de passageiros, em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, que provocou ferimentos graves a um motorista da Carris.

A Renascença sabe que são seis os arguidos constituídos no âmbito da operação para localizar os responsáveis pelas agressões ao motorista do autocarro em Santo António dos Cavaleiros e que estes são suspeitos dos crimes de homicídio na forma tentada, incêndio e dano. No entanto, só três desses foram detidos e as investigações prosseguem.

Fonte da PJ tinha avançado esta quarta-feira de manhã que a operação, envolvendo vários inspetores da diretoria de Lisboa da PJ, cumpriu mandados de busca e que vários suspeitos estavam a ser ouvidos, adiantando estar em causa o crime de homicídio na forma tentada.

Os suspeitos são alegadamente os responsáveis pelo incêndio e ataque direto contra um autocarro, durante a onda de tumultos gerada na Área Metropolitana de Lisboa pela morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, há cerca de um mês.

O autocarro da Carris Metropolitana já estava sem passageiros quando se deu o incidente, mas o motorista, que ainda estava no interior, sofreu "queimaduras graves na face, tórax e membros superiores", adiantou na altura a PSP.

De acordo com fonte da Rodoviária de Lisboa, operador para o qual trabalha o motorista, este teve "alta hospitalar a semana passada, encontrando-se em recuperação em casa".

O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.

Nos tumultos que sucederam à sua morte, nos dias seguintes, foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.

De acordo com a versão oficial da PSP, Odair Moniz ter-se-á posto "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

As autoridades desencadearam inquéritos, mas ainda não são conhecidas conclusões.

[Notícia atualizada às 10h29 de 28 de novembro de 2024 para acrescentar mais detalhes]

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