01 dez, 2024 - 23:56 • João Cunha , Olímpia Mairos
O Ministério Público vai investigar o protesto do Chega na Assembleia da República, quando o partido colocou tarjas nas janelas para se manifestar contra a suspensão do corte de 5% dos salários dos responsáveis políticos que foi decretado no tempo da Troika.
A informação está a ser avançada pela SIC Notícias, que diz ainda que a investigação vai ser aberta depois de a Procuradoria-Geral da República ter recebido uma queixa anónima, feita contra André Ventura, acusado de violar o estatuto dos deputados e de vandalizar o Palácio de São Bento.
Segundo o documento a que a SIC Notícias teve acesso, é solicitado o levantamento da imunidade parlamentar ao presidente do partido, assim como exigida uma audição ao líder parlamentar do Chega.
Recorde-se que partido pendurou tarjas nas janelas do edifício da Assembleia, tendo motivado aceso debate e atrasando o início da sessão em quase uma hora.
Este domingo, André Ventura reconheceu que o partido passou a linha, mas alegou que o fez por um bem maior.
Num almoço com militantes em Cascais, o presidente do Chega desafiou o Presidente da República a enviar para o Tribunal Constitucional a reposição dos salários dos políticos e lamentou que Marcelo se tenha posicionado apenas depois da medida aprovada.
“Nós desafiamos o Presidente da República a levar ao Tribunal Constitucional esta medida. Se não o fizer, nós assumimos o compromisso, em nome do grupo parlamentar do Chega, de levarmos a medida ao Tribunal Constitucional, disse Ventura.
“Ouvimos o Presidente da República dizer que é contra a que o aumento dos salários dos políticos se realize já, ou seja, seria a favor que políticos no futuro viessem a ser beneficiados, mas não os que estão agora a decidir por si próprios. O Chega continuaria a ser contra esta medida. O que eu esperava era que o Presidente da República tivesse dito isto antes”, completou.