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Sapadores

Negociações entre bombeiros e Governo "definitivamente suspensas"

03 dez, 2024 - 14:25 • Diogo Camilo , Anabela Góis

Sindicatos avançam que não há data para reatar negociações e sapadores admitem fechar quartéis. Negam que petardos e tochas durante manifestação tenham sido a causa para a suspensão das negociações e dizem que medidas avançadas pelo Governo "ficam aquém".

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Vídeo. Petardos e tochas lançados por bombeiros suspendem negociações
Vídeo. Petardos e tochas lançados por bombeiros suspendem negociações

As negociações entre sapadores e Governo estão definitivamente suspensas, não havendo data para as negociações serem reatadas.

A informação foi comunicada pelos representantes sindicais aos bombeiros em protesto, depois de uma manhã em que sapadores lançaram petardos e tochas durante uma manifestação que levou ao isolamento da sede do Governo pela polícia e ao corte de cruzamentos no centro de Lisboa.

“Toda a negociação está suspensa até ordem em contrário. Não há data para reatar as negociações, vamos ter que analisar entre todos os sindicatos”, afirmou Leonel Mateus, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, referindo que o Governo não interrompeu as conversações devido à maneira como se manifestaram, ao contrário do que foi avançado anteriormente.

À Renascença, fonte oficial do Governo indica que a reunião entre bombeiros e Governo foi suspensa "por não aceitar negociar perante formas não ordeiras de manifestação". "Não estão em causa, até ao momento, as condições de segurança. As negociações poderão ser retomadas se e quando forem assegurados o respeito pelo diálogo e tranquilidade no exercício do direito de manifestação."

Vídeo. Petardos e tochas lançados por bombeiros suspendem negociações
Vídeo. Petardos e tochas lançados por bombeiros suspendem negociações

Enquanto o representante sindical dos bombeiros anunciava as medidas propostas pelo Governo, muito abaixo das reivindicações pedidas, os sapadores presentes apuparam e gritavam: “É parar tudo”.

“A nossa posição nunca seria aceitar qualquer proposta que venderia a dignidade dos bombeiros. Não entendemos a que condições o Governo se refere”, disse Leonel Mateus, indicando que foi recusada uma proposta que os sindicatos consideraram “ficar aquém” do compromisso com bombeiros.

Uma das bombeiras presentes fez ainda um ultimato ao Executivo: “Nós não queríamos fazer uma greve que fechasse quartéis. O Governo decidiu cancelar as negociações, vai ser responsabilidade do Governo. Depois não chamem os bombeiros de arruaceiros, fizemo-nos ouvir para não fechar quartéis.”

Antes desta comunicação, os sindicatos tinham anunciar querer continuar as negociações ainda esta terça-feira, regressando à sede do Governo.

António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, afirmou que a negociação foi suspensa a pedido do executivo “até que haja condições de segurança”. Segundo alegou o Governo junto dos bombeiros, uma jornalista teria sido ferida no contexto da manifestação de bombeiros sapadores em curso.

Os bombeiros no local dizem por seu lado ter-se tratado de um incidente menor, após o disparo de um petardo perto do pé de uma jornalista.

Na manifestação estiveram pelo menos três centenas de bombeiros sapadores e profissionais, em Lisboa, para contestar o que classificam como "falta de respeito" pela classe.

Perante o protesto, que incluiu o lançamento de petardos e fumos, o Governo suspendeu a reunião negocial com representantes dos bombeiros sapadores agendada para esta terça-feira, por considerar não estarem reunidas condições de segurança devido à manifestação em curso no exterior.

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  • Corpo de Intervenção
    03 dez, 2024 Que é feito de ti? 18:14
    Os verdadeiros bombeiros, são os Bombeiros voluntários, que além dos fogos, são quem vale às populações as mais das vezes. Estes? Andaram calados que nem ratos nos tempos do Costa, agora "descobriram" as reivindicações e as correrias pela cidade. Polícia de choque para cima deles!
  • Com o PS, calados
    03 dez, 2024 Com o PSD é dar ao badalo com toda a força 15:39
    Quando foi das greves de professores, governo lançou sucessivamente mão de Requisição Civil e serviços minimos na totalidade para que os exames fossem feitos e tanto uma como outra figura (Req. Civil e serviços mínimos) nem sequer estão previstos na Lei para a Educação - e os exames que não implicam perda de vidas, podiam ser realizados mais tarde. No caso de greve e fecho de quartéis pela bombeirada, requisição civil com serviços mínimos de 100%, e polícia a identificar e deter quem não se apresente ao serviço. Nos tempos do Costa, andaram calados, agora é que lhes deu para a explosão reivindicativa.

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