03 dez, 2024 - 18:01 • Alexandre Abrantes Neves
Há um português desaparecido na Tailândia há cerca de duas semanas. A denúncia é feita à Renascença pela mulher de Daniel "JoJo Mariani" dos Santos, antigo campeão nacional de bodyboard, que terá sido visto pela última vez na tarde de dia 17 de novembro na cidade de Thong Sala, na ilha Koh Phangan.
Avalon Giuliano diz que o marido saiu de casa no dia 16 de novembro depois de uma discussão familiar, mas sem “estar transtornado". "Disse apenas que ia procurar algo para fazer”. Um dia depois, encontrou-se pela última vez com o surfista “na zona baixa da cidade, em frente a um hostel” e combinaram “regressar a casa, depois das nove da noite”. Mas nunca mais houve indícios do marido, apesar de, a 22 de novembro, ter conseguido localizar o tablet que Daniel dos Santos tinha levado.
“Segui o sinal GPS. (…) Debaixo de uma árvore num parque de estacionamento encontrei os chinelos dele, os óculos de mergulho, a carteira dele, o passaporte e o mais interessante - as joias dele. Uma coisa sobre o meu marido é que ele coloca ouro raro de diferentes partes da Ásia e coloca tudo isso num amuleto. Qualquer pessoa normal roubaria isso”, relata.
Avalon Giuliano teme que o marido esteja ferido, também por não saber em que as circunstâncias e o local se deram o desaparecimento – “não sei se ele está no mar ou no meio da selva”. A mulher deste português critica “a falta de polícias nas operações de busca” e afirma que tem sido ela e o filho mais velho, de oito anos, que têm procurado o marido.
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Quanto ao contacto com a embaixada portuguesa, a mulher do português desaparecido fala de uma postura “rude” por parte dos serviços consulares e lamenta a ação insuficiente – “dizem apenas que temos de esperar e que já enviaram uma carta para o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia”.
Avalon Giulianon não rejeita que o desaparecimento do marido esteja associado à vaga habitual de raptos e assassinatos de turistas e estrangeiros na Tailândia: confessa-se "assustada" e pede maior ação de Portugal para conseguir sair do país.
“Estou num país de terceiro mundo, que não tem autoridades capazes de me ajudar, a mim e às duas crianças. (…) Se a pressão por parte de Portugal for maior, o governo local também vai fazer mais. (…) Estamos sem dinheiro, sentimo-nos presos aqui. Não sabemos o que fazer”, conta.
Contactada pela Renascença, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros não adianta pormenores sobre a investigação, diz apenas “estar a acompanhar o caso e em contacto com a embaixada portuguesa” na Tailândia.