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Comboios

Greve de maquinistas com serviços mínimos de cerca de 25% na CP

04 dez, 2024 - 16:34 • Lusa

Tribunal considerou "manifestamente inadequada e desproporcional" proposta da CP, que defendeu serviços mínimos na greve desta sexta-feira entre entre 49% e 75%.

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O Tribunal Arbitral decretou a fixação de serviços mínimos para a greve de maquinistas de sexta-feira, na ordem dos 25% na CP -- Comboios de Portugal, nos serviços urbanos, regionais e de longo curso, segundo o acórdão hoje divulgado.

O Tribunal Arbitral - constituído após a inexistência de acordo entre a empresa e os representantes dos trabalhadores sobre os serviços mínimos a prestar durante o período de greve e por se tratar do setor empresarial do Estado - apontou que a CP tinha defendido entre 49% e 75% de serviços mínimos, proposta esta que considerou "manifestamente inadequada e desproporcional", por, na prática, diminuir a extensão e o alcance do conteúdo essencial do direito à greve.

"Já a proposta formulada pela "plataforma" sindical, em linha com o acordo alcançado em greves anteriores e com propostas então apresentadas pela CP, afigura-se mais consentânea com os critérios legais estabelecidos para a fixação de "serviços mínimos indispensáveis para acorrer à satisfação de necessidades sociais impreteríveis"", referiu a arbitragem.

Assim, foi determinado que, entre 00:00 e as 24:00 de sexta-feira, devem ser assegurados cerca de 25% dos comboios programados nos serviços urbanos, regionais e de longo curso, bem como os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações e ainda os serviços de emergência que, "em caso de força maior, reclamem a utilização dos meios disponibilizados pela CP".

Devem também ser assegurados comboios de socorro e 25% dos comboios que transportem mercadorias perigosas e bens perecíveis.

Na terça-feira, o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que convocou a paralisação, informou, em nota de imprensa, que estava a decorrer um diálogo com o Ministério das Infraestruturas e Habitação, sobre as matérias de segurança ferroviária que fundamentam o pré-aviso de greve emitido.

O sindicato disse ter avançado para a greve face à ausência de clarificação do Governo sobre a relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores e para exigir condições de segurança adequadas.

"O SMAQ - Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses decidiu avançar com um pré-aviso de greve geral para o dia 06 de dezembro de 2024, com impactos no dia 05 e dia 07, nas sete empresas onde tem representação: CP - EPE, Fertagus, MTS - Metro do Sul do Tejo, ViaPorto, Captrain, Medway e IP -- Infraestruturas de Portugal", informou então aquela estrutura.

Em causa estão as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, após o Conselho de Ministros de 14 de novembro, quando afirmou que "não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem" e que tem "um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus".

O Governo aprovou uma proposta de lei que reforça "as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool", referiu ainda o ministro.

"Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes, tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa", rematou então o governante.

No dia em que emitiu o comunicado sobre a greve, o SMAQ adiantou que não obteve qualquer resposta à exigência feita ao ministro para que clarificasse e retificasse publicamente as suas declarações.

A CP -- Comboios de Portugal antevê "fortes perturbações" na circulação na sequência da paralisação, alertando para o impacto nos dias anterior e seguinte ao da paralisação.

Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe.

Comentários
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  • Tirem conclusões
    04 dez, 2024 Portugal 18:12
    Sei que são diferentes Tribunais arbitrais, mas não deixo de recordar como, nos tempos do PS e seu ministro da Educação - um tal de João Costa, conhecido como o "Sonso Ilegal" - o Tribunal Arbitral decretou umas atrás das outras, uma série infinda de "serviços mínimos" , mais tarde, todos sem exceção considerados ilegais pela Relação - mas claro, não se punha o relógio a andar para trás e as provas já estavam feitas e não podiam nem ser ilegalizadas nem repetidas, pelo que o "crime", compensou, e o ministro nem sequer foi acusado ou teve qualquer processo em Tribunal pela sucessiva violação da Lei. Isto tudo para dizer que nos professores, os "serviços mínimos ilegais" eram de quase 100%. Aqui, é uma treta de 25%... Tirem as vossas conclusões.

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