04 dez, 2024 - 09:30 • Fátima Casanova
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) divulga esta quarta-feira o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study): o estudo internacional de avaliação e desempenho a Matemática e a Ciências, que foi realizado no ano passado por mais de 5.200 alunos de 164 escolas.
Este estudo realiza-se de quatro em quatro anos e Portugal participou pela terceira vez na avaliação do 8.º ano. Entre os 44 países, o nosso país está melhor a Ciências (17.º), onde os alunos tiveram 506 pontos. Já a Matemática a o nosso país está na segunda metade da tabela (26.º), com uma avaliação média de 475 pontos, de uma escala de 1 a 1000.
A Matemática revela-se a grande dor de cabeça dos alunos portugueses: se a nível internacional 46% dos alunos reportaram não gostar de aprender Matemática, em Portugal a média sobe para os 58%, o que significa que cerca de três em cada cinco alunos portugueses não gostam de aprender esta disciplina.
Face ao último estudo, realizado em 2019, significa um agravamento de 10 pontos percentuais.
Quanto mais os alunos gostam de aprender Matemática, melhores são os resultados que obtêm nos testes. De acordo com o estudo agora divulgado, existe uma diferença significativa de 70 pontos, nos resultados médios em Portugal entre os alunos que gostam muito e aqueles que não gostam.
Já nos outros países participantes, a diferença entre estes dois grupos de alunos, é de 50 pontos.
Entre os alunos do 4.º ano, o gosto pela disciplina de Matemática está a diminuir: no TIMSS de 2015, apenas 10% tinham indicado não gostar de aprender Matemática, em 2019, o número aumentou para 15% e agora nesta última avaliação subiu para 20%.
Nestas idades apenas 46% dos alunos disse gostar muito de Matemática, quando em 2019 eram 61%.
O afastamento em relação à disciplina acontece com a idade e chegados ao 8.º ano, apenas 13% manifestaram gostar muito de Matemática, o que representa menos oito pontos percentuais em comparação com a média internacional, enquanto 29% reportaram “gostar um pouco” (32% média internacional).
A percentagem de alunos do 8.º ano que referiram gostar muito de aprender Ciências Naturais foi de 38%, o que representa um resultado médio significativamente superior ao dos colegas que referiram “não gostar” de aprender aquela disciplina (22%), um valor que se matem praticamente estável.
Também nesta disciplina é visível a relação entre o gostar e o desempenho, já que os alunos que reportaram gostar muito de Ciências Naturais obtiveram em média, na avaliação feita, mais 24 pontos, do que os seus colegas que referiram não gostar desta disciplina.
É nos alunos mais novos que o gosto por Ciências dispara, com 72% dos estudantes portugueses do 4.º ano a referirem que gostam muito de aprender esta disciplina, o que contrasta com os 8%, que dizem que não gostam.
Os alunos do 4.º ano que reportaram «gostar muito» de aprender Ciências alcançaram um resultado médio de 516 pontos, mais 22 pontos, estatisticamente significativos, em relação aos alunos que indicaram «não gostar» de aprender Ciências. A mesma diferença média verificada nos países participantes no TIMSS 2023.