05 dez, 2024 - 17:39 • Anabela Góis , João Pedro Quesado
As mulheres que completarem 45 anos em 2025 vão ser chamadas para fazerem rastreio ao cancro da mama logo no início do ano. A promessa da antecipação da idade para este rastreio é antiga, mas em janeiro vai passar à prática, confirmou à Renascença o Ministério da Saúde.
A partir de janeiro, o rastreio ao cancro da mama é antecipado cinco anos, de acordo com as recomendações da União Europeia, que se devem ao aumento de casos de cancro em mulheres mais jovens.
Teresa Garcia, que faz parte da coordenação do Registo Oncológico Nacional, diz que o aumento entre “as mulheres que estão na faixa etária entre os 45 e os 55 anos” foi de “70% nos últimos 20 anos”.
“O que nos preocupa bastante, porque nos faz pensar que nos temos que ter algum tipo de resposta para lidar com este aumento e com as consequências deste aumento para a qualidade de vida e a sobrevivência destas mulheres”, aponta a médica.
A profissional de saúde do IPO do Porto diz à Renascença que há outro dado preocupante: a mortalidade entre as mulheres mais jovens com cancro também aumentou, embora não se saiba ainda se será uma tendência, ou apenas uma alteração motivada pelos anos da pandemia.
“Nestes últimos dois anos houve uma ligeira inversão dessa redução que nós tínhamos andado a observar, e ainda não temos anos suficientes para perceber se essa inversão se mantém nestes últimos anos, desde 2021, ou se é uma inversão nestes anos de pandemia que depois não se verifica em 2022, 2023 e 2024”, esclarece Teresa Garcia.
Para a médica, esta é já “uma inversão da mortalidade nas mulheres mais jovens que nos deixa em alerta, mas a verdade é que ainda não temos dados que nos permitam dizer que é já para ficar totalmente em alerta e alarmados”.