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Provas digitais. Diretores preveem normalidade, "a não ser que haja um cataclismo"

10 dez, 2024 - 10:56 • André Rodrigues

Governo avançou 10 milhões para compra e reparação de 45 mil computadores em falta nas escolas. Concursos são "muito burocráticos e demorados", dizem diretores.

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Os diretores de agrupamentos e escolas públicas acreditam que não haverá dificuldades na realização das provas em formato digital.

Em causa está o concurso público para a compra ou reparação de mais de 45 mil computadores em falta nas escolas.

O Governo disponibilizou 10 milhões de euros para a renovação do parque informático e, nesta altura, já decorre um concurso público.

“Não tenho dúvidas de que este ano as provas finais do nono ano vão ser realizadas em formato digital, a não ser que haja um cataclismo”, diz à Renascença Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Este responsável esclarece que as escolas estão a trabalhar “praticamente desde o arranque do ano letivo na aquisição destes computadores” e considera uma vantagem o facto de ser cada a escola a abrir esse concurso “e não a nível central”.

Também o presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE) saúda a abertura do concurso para a reparação e compra de novos computadores para as escolas. “Garantias ninguém as pode dar”, admite Manuel Pereira, quando questionado sobre a realização das provas digitais sem limitações.

No entanto, reconhece que “estamos a trabalhar com grande antecedência, embora estes processos concursais sejam sempre muito burocráticos e demorados”.

Telemóveis proibidos? “Problema é mais de casa do que da escola”

Noutro plano, os diretores das escolas consideram precipitada a posição assumida esta segunda-feira pelo ministro da Educação quanto a uma eventual conversão das recomendações sobre uso de telemóveis em espaços escolares em proibição efetiva, já a partir do próximo ano letivo.

Fernando Alexandre justifica a hipótese com estudos recentes que indicam que, a partir do 5.º ano de escolaridade, os alunos passam, em média, quatro horas presos aos ecrãs dos smartphones, o que traz consequências ao seu desenvolvimento.

Há muitos estudos, para tudo e para nada” responde Filinto Lima que considera ser “precipitado pensarmos na proibição dos telemóveis nas escolas”.

Para o presidente da ANDAEP, “o problema dos ecrãs é mais de casa e da sociedade do que da escola. As quatro ou seis horas dos alunos em frente aos ecrãs não é nas escolas, é em casa”.

Já Manuel Pereira, da ANDE defende que a solução não está em proibir, porque “proibição não rima, seguramente, com educação”.

A chave está em “criar dificuldades à utilização dos telemóveis nas escolas, nomeadamente para os alunos mais jovens”.

Mas a digitalização, sobretudo após a pandemia, levou os telemóveis para os contextos de aprendizagem dentro das salas de aula. “O segredo está em regular o uso entre o que é permitido e o que não é permitido”, defende Pereira que reconhece “que, por vezes, a distinção é difícil de ser feita”.

“Percebo as declarações do senhor ministro, nomeadamente no segundo ciclo e no terceiro ciclos, onde o uso dos telemóveis é uma grande preocupação… Mas porque não aprender com as soluções já experimentadas em outros países?”, sugere.

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