13 dez, 2024 - 07:35 • João Cunha Lusa
Só depois de uma resposta da Segurança Social é que a Câmara de Loures vai avançar com a demolição de um bairro clandestino nas Marinhas do Tejo, em Santa Iria de Azóia, onde vivem cerca de cem pessoas, a maioria imigrantes e são-tomenses.
A garantia foi deixada pela vice-presidente da Câmara de Loures, Sónia Paixão, na reunião da Assembleia Municipal de quinta-feira à noite, na qual alguns dos residentes no bairro marcaram presença.
"Accionei os instrumentos da Segurança Social e não obtive resposta. Portanto, estou a aguardar que a Segurança Social nos diga se acolhe a nossa proposta, de encontrar uma solução para o vosso alojamento temporário, e depois para o trabalho conjunto para se encontrar outro tipo de soluções", explicou a autarca, que já tinha dito que a autarquia "não é indiferente à dignidade humana" e quer apenas as melhores condições para os residentes naquele bairro clandestino.
A vice-presidente do município também tinha referido que 79 das 99 pessoas que se encontravam naquela situação tinham residência noutros concelhos do país.
Relativamente às críticas de que a Câmara de Loures está a mostrar insensibilidade para com as famílias, Sónia Paixão assegura que a Câmara está a cumprir a legislação e o regulamento municipal de habitação.
“Nós temos uma bolsa de habitação. Vocês sabem quantas famílias é que estão inscritas nessa bolsa? Temos 903 famílias inscritas e que são residentes no concelho de Loures”, lembrou Paixão.
Em causa está a um processo de demolição de 15 barracas e o despejo de nove apartamentos existentes em dois edificios localizados num terreno privado na freguesia de Santa Iria da Azoia, em Loures, onde vivem perto de uma centena de pessoas - vinte das quais crianças - e a maioria imigrantes são-tomenses.
A acção de despejo e a demolição das barracas esteve prevista para ontem, mas não existe para já um prazo definido. Vai depender das respostas da Segurança Social.