13 dez, 2024 - 22:12 • Pedro Caeiro , com redação
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) não concorda com a pré-triagem telefónica de grávidas e com o novo modelo de funcionamento das urgências de ginecologia e obstetrícia e blocos de partos.
A partir de segunda-feira, as grávidas da Região de Lisboa e Vale do Tejo e as de Leiria vão ter de ligar para a Linha SNS Grávida (808 24 24 24) antes de ir às urgências, mas os médicos estão contra este modelo de funcionamento, publicado esta sexta-feira numa portaria.
O SIM é a favor de tudo o que seja organizar e moderar a afluência às urgências, mas o sindicalista Nuno Rodrigues, ouvido pela Renascença, lembra que o período experimental de meio ano que passou agora veio mostrar que o sistema não funciona.
“Na verdade, nesses seis meses, 75% das grávidas que ligaram para o SNS24 foram, na mesma, encaminhadas para os serviços de urgência. Apesar de tudo, as grávidas têm bastante noção de quando devem ou não recorrer às urgências. Por isso, achamos que estando perante mais um atendimento telefónico, a margem de melhoria e de progresso que propõe esta portaria é reduzido”.
Linha SNS Grávida
Segundo uma portaria publicada, esta-feira, em Diá(...)
O Sindicato Independente dos Médicos deixa um alerta: a portaria agora publicada veio, quase sem se dar por isso, diminuir o número de médicos disponíveis e pôr outros inexperientes a trabalhar.
“Somos totalmente contra uma parte colocada subreticiamente nesta portaria, que é a diminuição do número de médicos especialistas presentes nas urgências. Até hoje, o número mínimo era de dois médicos especialistas e passa a ser um, ainda por cima com necessidade de supervisão de dois internos”.
Por isso, o SIM defende que este modelo revela uma alarmante falta de compromisso com a segurança das grávidas e dos profissionais de saúde.
O Sindicato já questionou a Ordem dos Médicos para a clarificar a sua posição sobre a proposta agora publicada, uma vez que tem o apoio do colégio da especialidade, mas ainda não obteve resposta.