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Exploração de Lítio. População do Barroso diz-se enganada pelo Governo

16 dez, 2024 - 16:31 • Ana Fernandes Silva

Proprietários garantem ter ficado sem resposta da Direção-Geral de Energia e Geologia, à contestação ao ofício relativo à constituição da servidão que irá permitir, à empresa que faz a prospeção de lítio, aceder aos terrenos.

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Os proprietários dos terrenos de Covas do Barroso, em Boticas, sentem-se enganados pelo Governo.

Em causa está a falta de resposta por parte da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), à contestação ao ofício relativo à constituição da servidão que irá permitir à empresa que faz a prospeção de lítio, aceder aos terrenos.

Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Unidos em Defesa de Covas de Barroso, Nélson Gomes, explica que os proprietários contestaram a situação e a DGEG não deu qualquer resposta às reivindicações.

"As pessoas tinham dez dias para se pronunciarem, mas já neste mesmo ofício dizia que, provavelmente, a servidão iria ser emitida, ou seja, o que acontece é que as pessoas pronunciaram-se e nunca mais tiveram informação alguma, nunca mais foram notificadas, nem da decisão, nem de nada", afirma Nélson Gomes.

O presidente da Associação Unidos em Defesa de Covas de Barroso sublinha "o despacho saiu em Diário da República, mas as pessoas não foram notificadas".

Tal como já disse o autarca de Boticas, Fernando Queiroga, também Nélson Gomes garante que estão a ser analisadas formas de contestar a decisão do Governo.

"Já estamos a falar com os nossos advogados, porque nós queremos ter acesso a toda a informação, como decorreu todo o processo, para depois podermos agir."

Entretanto, esta segunda-feira, o PSD recomendou ao Governo que acelere o funcionamento das comissões de acompanhamento para os projetos de exploração de lítio nas minas do Barroso e do Romano, e assegure informação regular e mecanismos de compensação às populações.

Comentários
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  • Maria Gaspar
    17 dez, 2024 Lisboa 20:05
    Esta estranha forma de actuar faz-me lembrar aquela famosa obra do grande escritor Aquilino Ribeiro "Quando os Lobos Uivam" na qual ele retrata o sofrimento do povo das Beiras, quando o governo de Salazar decide acabar com o pastoreio, eliminando pastagens e floresta tradicional substituindo-as, usando a força e não dando ouvidos às contestações dos aldeões, pelo plantio de pinheiro bravo e eucalipto. Esta medida desastrosa, tomada para satisfazer as necessidades da indústria da celulose que, porque mais nenhum país da Europa estava interessado nela, se veio instalar, no nosso país, com as consequências desastrosas que todos conhecemos. Agora, apesar de vivermos em "democracia", tomam-se decisões sem ouvir os interessados e sem lhes dar conhecimento do que foi decido!. Significando isto que qualquer proprietário pode assistir à invasão da sua propriedade, por uma máquina, para fazer a prospecção de lítio, porque uma servidão administrativa assim o determinou!!. A palavra "servidão" aqui faz-me lembrar os tempos dos feudos em que havia um senhor que tudo levava ao povo que neles trabalhava. Aqui, a empresa que vai explorar as minas, com investidores americanos e outros e pelo menos um nacional, que quer que o Douro continue azul mas não o preocupa que o Barroso, considerado a nível europeu reserva agro- pastoril única, deixe de ser verde para se tornar numa perigosa escombreira que intoxicará o seu sub-solo. Nos EUA foi descoberta recentemente uma reserva de lítio imensa,

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