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Nova greve na Saúde. FNAM critica "teimosia" do ministério em não negociar com os médicos

16 dez, 2024 - 07:30 • João Malheiro , Jaime Dantas

​​À Renascença, a FNAM diz que a atribuição automática, a partir de janeiro, de médico a utentes sem médico de família​ "viola a lei da contratação coletiva" e aumenta "listas que já são excessivas".

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu um aviso prévio de greve ao trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários, a partir de janeiro.

À Renascença, a presidente Joana Bordalo e Sá lamenta a "falta de condições dos profissionais" e a "banalização do trabalho extraordinário" pelo ministério da Saúde.

A FNAM diz a atribuição automática, a partir de janeiro, de médico a utentes sem médico de família "viola a lei da contratação coletiva" e aumenta "listas que já são excessivas".

"Na semana seguinte vão ficar por fazer consultas de doença aguda, consultas programadas materno-infantis, de diabetes e hipertensão, que são tão necessárias nesta altura", alerta.

Bordalo e Sá aponta o dedo ao projeto-piloto de pré-triagem nos serviços de urgência materno-infantil na região de Lisboa e Vale do Tejo, que começa esta segunda-feira e "coloca as grávidas em risco, uma vez que poderão ser atendidas por equipas extremamente reduzidas".

Por este motivo, a FNAM apela aos médicos que "coloquem escusas de responsabilidade sempre que estiverem com equipas abaixo do mínimo".

O sindicato diz ter as "soluções para o Serviço Nacional de Saúde", mas queixa-se da "teimosia" do "ministério da Saúde de Ana Paula Martins em se sentar com os médicos para colocar a saúde a funcionar".

"A FNAM exige o fim da propaganda deste Ministério da Saúde e do ruído que alimenta a sua desresponsabilização, em substituição de uma verdadeira negociação com os médicos. Esta negociação deve ser séria e com soluções, não apenas para os médicos de família, mas para todo o ecossistema do SNS, e, sobretudo, para os utentes, que são os maiores prejudicados com as políticas desastrosas em vigor", pode ler-se numa nota enviada às redações.

Sem especificar data, o comunicado aponta que a greve pode ser prolongada até ao final do primeiro semestre, se o Ministério da Saúde "persistir na violação dos procedimentos da contratação coletiva, e a negociar apenas para gerir sua imagem pública face à tragédia da sua governação".

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) vai reunir-se com o Governo esta segunda-feira.

[Notícia atualizada às 9h04 com as declarações da presidente da FNAM]

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