Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

CGTP. Pré-triagem telefónica para grávidas põe em risco a saúde materno-infantil

17 dez, 2024 - 12:52 • Lusa

A Comissão para a Igualdade da CGTP disse hoje estar indignada com o projeto-piloto que obriga grávidas a triagem telefónica antes de irem à urgência e considerou que coloca "em risco a saúde materno-infantil".

A+ / A-

A Comissão para a Igualdade da CGTP disse esta terça-feira estar indignada com o projeto-piloto que obriga grávidas a triagem telefónica antes de irem à urgência e considerou que coloca "em risco a saúde materno-infantil".

Em comunicado, a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da central sindical CGTP-IN diz que "junta a sua voz aos que se indignam e rejeitam" este projeto-piloto e defende que este "deve voltar para a gaveta de onde não deveria ter saído".

Em comunicado, esta comissão da CGTP considera que, após os recentes encerramentos de maternidades e problemas de funcionamento das urgências de ginecologia/obstetrícia, dos blocos de partos e de pediatria - que representam "retrocessos graves nos direitos das grávidas e das crianças" -, este novo projeto-piloto "vem acrescentar constrangimentos e bloqueios aos problemas que já existiam" e até colocar "em risco a saúde materno-infantil".

A Comissão para a Igualdade considera que esta medida justifica a "indignação generalizada" dos profissionais de saúde e a "veemente rejeição das mulheres, em especial das grávidas, que não precisam de acrescentar mais ansiedade à insegurança que já vivem".

Para a comissão da CGTP, o problema de fundo é a falta de profissionais de saúde, a ausência de valorização profissional e o desinvestimento do Serviço Nacional de Saúde e é aí que o Governo deveria atuar.

Desde segunda-feira, as grávidas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, incluindo o Hospital Distrital de Leiria, terão de ligar para a Linha SNS Grávida antes de recorrerem à urgência hospitalar de Obstetrícia e Ginecologia. Este projeto-piloto de pré-triagem telefónica será avaliado em três meses.

Este projeto motivou protestos de vários quadrantes políticos (com partidos a pedirem a audição urgente da ministra da Saúde no parlamento) e cívicos. O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) criticou hoje a medida e apelou às mulheres e aos profissionais de saúde para resistirem "a mais este passo no atropelo dos direitos das grávidas".

Em entrevista à TVI, a ministra defendeu que esta é uma solução que deveria ter sido aplicada há muitos anos no país e admitiu que possa ser generalizada a outras especialidades.

"Esta experiência que hoje [segunda-feira] começa na região de Lisboa e Vale do Tejo é um modelo que há muitos anos já devia ter começado a ser aplicado em Portugal", afirmou Ana Paula Martins.

Segundo a governante, a solução que entrou em vigor nas urgências de obstetrícia de vários hospitais garante uma maior orientação para as grávidas que, em situações de doença aguda, têm um encaminhamento correto e permite que as equipas de urgência possam ficar reservadas para os casos urgentes ou muito urgentes.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anastácio Lopes
    17 dez, 2024 Lisboa 13:25
    E indignante as posturas assumidas por esta Comissão para a Igualdade da CGTP, a qual, apenas e só aborda o que lhe dá jeito abordar, pois se é verdade que esta nova triagem a ser imposta às grávidas pode pôr em causa as vidas de mãe e de filhos, não é menos verdade que no século XXI, o Estado português continuar a impedir trabalhadores DEFICIENTES e LICENCIADOS de se realizarem e de ingressarem na carreira de Técnico Superior é mais imoral, anti ético e intelectualmente desonesto e sobre estas vergonhas na Administração Pública alguém se lembra de alguma postura além da cumplicidade que esta Comissão para a Igualdade da CGTP tenha assumido? Que raio de Comissão é esta que continua, ela própria a não respeitar o Princípio da Igualdade de tratamento quando assume N pesos e N medidas para ambos os casos aqui relatados? Que moral têm os elementos desta alegada Comissão por nunca nada terem assumido para com as vítimas destes reais homicídios profissionais? Como se estas posturas ainda fossem pouco para qualificar quem assim se comporta que de CIDADANIA nada tem, o que dizer de moral, justiça e formação humana, o que dirão os milhares de portugueses empurrados ano após ano para as pobreza e miséria, porque ninguém desta mesma Comissão nem a Confederação de que fazem parte, terem alguma vez proposto aumentos anuais maiores para quem menos ganha e menores para quem mais ganha? Serão estas as formes de todos os elementos de uma Comissão para a Igualdade que representam? Vergonha.

Destaques V+