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Barómetro sobre Imigração "surpreende". Obra Católica de Migrações defende aposta na integração

18 dez, 2024 - 15:23 • Ana Fernandes Silva

Mais de metade dos portugueses quer menos imigrantes do Nepal, Bangladesh e India. A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações aponta a necessidade de avaliar o que está na origem dos números.

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A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) reage com surpresa ao dados do Barómetro sobre Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que revelam que mais de metade dos portugueses - 6 em cada 10 - quer menos imigrantes do Nepal, Bangladesh e India, em Portugal.

Em declarações à Renascença, Eugénia Quaresma, diz que os dados "surpreendem, por um lado, e por outro, faz-me interrogar que será preciso refletir sobre se a xenofobia está aqui em causa ou se, é um medo desconhecido".

A diretora da OCPM defende que "é importante que quem venha para Portugal conheça as regras e as leis do país de acolhimento" e, pede que haja um "trabalho de parte a parte".

"Eu acho que este trabalho ainda está aquém do desejado", adverte.

Eugénia Quaresma defende que os imigrantes não devem "ficar isolados nem fechados só na sua comunidade, é preciso haver convívio".

A diretora da Obra Católica acredita que esse é um trabalho que pode ser feito por várias entidades "que atendem os migrantes, como as autarquias e as juntas de freguesia", mas é preciso também que haja "disponibilidade para conhecer e para encontrar" por parte das pessoas.

De acordo com o Barómetro sobre Imigração, divulgado na terça-feira, mais de 60% dos portugueses questionados pela Fundação Francisco Manuel dos Santos defendem que o número de imigrante do subcontinente indiano deve diminuir, sendo que 3 em cada 10 entendem mesmo que a redução deve ser acentuada.

A percentagem de oposição aos imigrantes de países como a Índia, Paquistão, Bangladesh ou Nepal chega aos 63%, se o cálculo incluir as não-respostas.

De acordo com este estudo, os portugueses concordam maioritariamente com uma malha mais apertada na entrada de imigrantes. 75,8% dos inquiridos consideram que uma política com entradas mais reguladas e dificultadas seria mais benéfica para Portugal.

No plano económico, 7 em cada 10 portugueses sustentam que a presença de imigrantes contribui para manter os salários baixos em Portugal e 54% dos inquiridos acreditam que, “sem imigrantes”, os portugueses teriam melhores contratos de trabalho. A maioria dos inquiridos (53,5%) reconhece que os imigrantes têm piores condições de trabalho.

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