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Santa Casa: 32 trabalhadores aderiram ao plano de reforma antecipada

18 dez, 2024 - 11:35 • Tomás Anjinho Chagas

Provedor da SCML foi ouvido no Parlamento e fala em "más práticas do passado". Instituição gastava mais de 2 milhões de euros em rendas por ano e não utilizava o património que tinha. 43% dos imóveis estava devoluto.

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Com o plano de reestruturação em marcha, 32 trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) aderiram ao plano voluntário de reformas antecipadas. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo provedor da instituição, Paulo Sousa, que esteve a ser ouvido no Parlamento.

Depois de quase todos os partidos, como o PS, Chega, PCP, Bloco de Esquerda e Livre terem questionado o atual provedor da Santa Casa quantos trabalhadores vão ser dispensados da instituição, Paulo Alexandre Sousa assegura que ninguém foi despedido: "Adere quem quer".

Além destes 32 trabalhadores que aderiram, em 2024 houve 72 funcionários a reformar-se por atingirem a idade para tal. Para o próximo ano está previsto que 244 pessoas o façam.

Santa Casa tinha 43% dos imóveis "sem receita" e devolutos até há pouco tempo

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Paulo Sousa, revela que antes do plano de reestruturação da instituição começar a ser executado, 43% dos imóveis estavam devolutos, e alguns estavam "em mau estado de conservação".

"Queremos uma maior racionalidade e gestão do património da Santa Casa, contrariando as práticas com que fomos confrontados, em que cerca de 43% dos imóveis não gerava qualquer receita e estavam em mau estado, pretendendo-se aumentar a sua rentabilidade de 1,9% para, no mínimo, 4%", afirmou na Assembleia da República.

Depois de algumas perguntas, Paulo Sousa foi mais longe e afirmou que a "a Santa Casa tem estado refém da sua carteira [de imóveis] onde não vende, não investe".

Criticando o estado em que encontrou a Santa Casa, Paulo Sousa revelou ainda que até aqui a instituição gastava 2,1 milhões de euros por ano em rendas, mesmo que não utilizasse (nem perto) todo o seu património próprio.

Paulo Sousa assegurou que a operação de internacionalização dos jogos - uma das opções tomadas pela direção liderada por Edmundo Martinho e que gerou milhões de euros de prejuízo - está, nesta altura, "quase desfeita" e assegurou que há um "plano de desinvestimento e saída das operações".

Por outro lado, o atual provedor acredita que para compensar esse desinvestimento, a Santa Casa da Misericórdia deve investir na área do património imobiliário e torná-lo a segunda fonte de receitas, depois dos jogos de sorte.

Nomeado este ano, depois da exoneração de Ana Jorge, Paulo Sousa foi ouvido no Parlamento, esta quarta-feira, a pedido do PS. Os socialistas queriam precisamente saber mais sobre o plano de reestruturação que vai, entre várias medidas, dispensar trabalhadores, contratar outros tantos e alienar imóveis.

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  • Anastácio Lopes
    20 dez, 2024 Lisboa 13:12
    Lamento que a limpeza que estão a impor na SCML não seja iniciada pelo seu topo, como o deveria ser, pois nunca foram os Assistentes Técnicos nem os Operacionais que envolveram a instituição e os milhões que a SCML perdeu para os brasileiros, com os negócios do jogo feito pela ex-Administração da SCML, e um conjunto de dirigentes que se mantêm apesar de a SCML ter mudado de Administração, estes podres continuam impunes e são intocáveis para manter os tachos, panelas e frigideiras políticas que alguns ocupam, os quais, por fazerem o jogo de quem dirige, por muito incompetentes e irresponsáveis que sejam, é melhor deixá-los ficar por aí asilados até que queiram sair, para não haver mais e maiores problemas do que aqueles que a SCML já tem, inclusive por ter Técnicas de serviço Social que de cidadania, formação humana e brio profissional nada têm a exemplo de todos e de cada um que as dirige, ao ponto de negarem os medicamentos que um cidadão e doente crónico necessita diariamente para sobreviver, apenas e só porque optaram por alterar os critérios de atribuição de apoio a esses mesmos medicamentos, como se o utente deixasse de ser doente crónico como sempre foi. Será para assim procederem que o erário público continua a pagar a estas asiladas do Estado, que a exemplo dos que as fingem dirigir, não se importaram de perder milhões nos negócios com o Brasil, para optarem por não terem cêntimos para darem o apoio na aquisição dos medicamentos que um utente crónico e de Alto Risco.
  • Sara
    18 dez, 2024 Lisboa 15:50
    Como a outra dizia e muito bem vem aí uma vaga de despedimentos em todos os sectores, está tudo caladinho, somos um país de serviços administrativos e graças a ia e seu conhecimento sobre onde atuar para que se prever suas consequências num país como nosso, vai ser um arrastão, pena que os senhores grandes já estavam em parte muito virados para os estrangeiros e o que podem ganhar com isso, vai perder se muitos empregos, em janeiro e fevereiro vai ser uma grande época de saldos

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