21 dez, 2024 - 12:44 • Liliana Monteiro , Maria João Costa , Diogo Camilo
O ciclista que morreu atropelado na manhã deste sábado em Lisboa é Pedro Sobral, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), apurou a Renascença junto de várias fontes e confirmou o Grupo Leya.
O acidente aconteceu por volta das 7h25 da manhã na Avenida da Índia, em Belém, no sentido Alcântara-Algés, junto à Cordoaria Nacional, com o condutor a colocar-se em fuga.
Pedro Sobral recebeu ainda assistência médica no local, acabando por ser declarado o óbito pelo médico da VMER.
À Renascença, o porta-voz da Direção Nacional da PSP avança que o condutor se entregou às autoridades na divisão de trânsito do Lumiar, acompanhado de advogado, e que ainda durante este sábado serão ouvidas testemunhas do caso e, como se pressupõe em casos de sinistro rodoviário, o autor confesso será sujeito a teste de álcool e a viatura, que apresentará "extensos danos na parte frontal", alvo de perícias.
Pedro Sobral, de 51 anos, foi nomeado presidente da APEL em novembro de 2021, depois de três anos como vice-presidente da associação.
Licenciado em Economia e em Ciência Política, pela Universidade Católica de Lisboa, frequentou o Programa de Gestão Geral na Harvard Business School.
Em 2004, foi nomeado diretor de marketing e vendas no Grupo Almedina e em 2008 entrou no grupo Leya, primeiro como diretor de marketing e depois como coordenador da divisão editorial e diretor geral de edições.
Administrador de edições gerais foi atropelado mor(...)
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostra-se chocado com a morte de Pedro Sobral. Elogia o "trabalho notável" e diz que o presidente da APEL e administrador da Leya "fará muita falta ao setor do livro" e da cultura em geral".
"Foi com grande choque que o Presidente da República tomou conhecimento do falecimento de Pedro Sobral, esta manhã em Lisboa, em condições trágicas", refere a Presidência da República, em comunicado.
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, também manifestou o seu "profundo pesar" pela morte de Pedro Sobral, que descreve como um "parceiro essencial" do Ministério da Cultura.
"Reconhecido quer pelo seu espírito crítico e empreendedor, quer pela sua dinâmica aberta ao diálogo, no mercado editorial e livreiro, Pedro Sobral será lembrado pelo seu percurso dedicado aos livros e à importância dos hábitos de leitura no nosso país", refere a ministra, considerando-se "ainda chocada" pela notícia.
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) destacou o papel de Pedro Sobral no fortalecimento e reconhecimento do setor e na defesa do livro e da leitura, e recordou sua liderança pautada pela inovação, visão estratégica e "dedicação inigualável".
O grupo Leya lamentou a morte do seu administrador e fala numa "perda com danos inultrapassáveis".
"O Pedro acreditava profundamente no poder dos livros e na liberdade da edição, valores com que ajudou a construir a LeYa. Um amigo de todas as horas e de todos os livros, de quem, hoje, nos começamos a despedir com doloroso e genuíno agradecimento", indica a CEO Ana Rita Bessa.
Pedro Sobral "fará muita falta ao setor de livro e(...)
O Grupo Porto Editora manifesta o “mais profundo pesar pelo trágico falecimento de Pedro Sobral”, um “timoneiro na defesa do livro”.
“Este desaparecimento inesperado representa uma enorme perda para a cultura nacional”, refere a editora, em comunicado.
A Penguin Random House Grupo Editorial também já lamentou “profundamente” a morte do presidente da APEL e administrador do Grupo Leya.
“Pedro Sobral foi um férreo defensor do valor e do poder dos livros e uma das figuras mais dinâmicas e vibrantes do mundo editorial português, capaz de um entusiasmo sem fronteiras, alimentado pela crença inabalável na importância vital da leitura”, refere a Penguin Random House, em mensagem publicada nas redes sociais.
A Tinta-da-China reage com “tristeza e pesar” à notícia da morte de Pedro Sobral.
“A equipa da Tinta-da-china vem deste modo prestar-lhe a devida homenagem e apresentar sentidas condolências a todos os colegas da Leya, aos seus autores e amigos, e sobretudo à sua família. O mundo dos livros em Portugal fica sem dúvida mais pobre”, refere uma mensagem no Instagram.
[notícia atualizada às 20h22]