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Especialista propõe contratação de mais imigrantes para as escolas

21 dez, 2024 - 08:10 • José Pedro Frazão

O sociólogo Pedro Góis, que dirige cientificamente o Observatório das Migrações, denuncia ainda a desatenção dos sindicatos em relação à realidade laboral dos estrangeiros em Portugal.

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O diretor científico do Observatório das Migrações diz que os sindicatos têm estado desatentos aos direitos dos trabalhadores imigrantes. No programa “Da Capa à Contracapa” da Renascença, em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), Pedro Góis afirma que os atores políticos não estão sós na falta de atenção dada aos estrangeiros que vivem e trabalham em Portugal.

“Os nossos sindicatos têm estado muito desatentos em relação à imigração e aos direitos dos trabalhadores imigrantes. E acho que é também por falta de presença de imigrantes nos próprios sindicatos. E este passo também tem que ser muito rápido para que as pessoas que estão hoje a trabalhar sobre condições que não são legais ou aceitáveis, possam muito rápida e imediatamente, se tal for possível, passar a ter os direitos conquistados pelas gerações de portugueses e que fazem hoje parte do nosso património laboral”, afirma o sociólogo da Universidade de Coimbra, para quem a imigração vai “impor-se politicamente” para fomentar uma mudança.

No programa que debateu as conclusões do barómetro sobre imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, Pedro Góis dá o exemplo da possibilidade de contratação de imigrantes para trabalhar nas escolas, tendo em conta que os recursos são escassos “e a chegada destas populações em massa em muitas escolas do país causou ainda mais stress ao corpo docente e à própria escola”.

A mobilização de recursos pode passar por pessoas que pertencem às próprias comunidades imigrantes.

“Seguramente que no interior das comunidades imigrantes há capacidade de formação e de mediação intercultural que trazem dos seus países e de que as nossas escolas hoje carecem.”

Este especialista considera que este cenário pode fornecer soluções “em vez de andarmos à procura, fazendo grandes concursos burocráticos, nacionais que depois ficam vazios”.

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