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Câmara de Lisboa reconhece "situação difícil" com lixo acumulado durante greve

26 dez, 2024 - 14:07 • Lusa

A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido, nomeadamente 13 dos 15 principais pontos.

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A Câmara Municipal de Lisboa (CML) reconhece que a capital vive "uma situação difícil" em resultado do impacto da greve de trabalhadores da higiene urbana, cuja adesão ronda os 80%, segundo um sindicato do setor.

"É uma situação difícil, como já prevíamos, pois esta altura é um momento de muita produção de resíduos", disse à Lusa o diretor de higiene urbana da autarquia lisboeta.

"Estamos no máximo de esforço a tentar recolher, mas, apesar das medidas adotadas para mitigar o impacto da greve, estamos obviamente em défice para o lixo que já está acumulado e para o que ainda se vai acumular", admitiu Pedro Moutinho.

A CML distribuiu pela cidade 57 contentores para deposição de lixo orgânico e reciclável, para atenuar os efeitos da greve ao trabalho extraordinário convocada pelos trabalhadores da higiene urbana do município, em curso desde quarta-feira e até 2 de janeiro.

A essa greve ao trabalho extraordinário junta-se uma greve de 24 horas durante dois dias: Esta quinta-feira e na sexta-feira.

O executivo liderado por Carlos Moedas (PSD) tinha consciência de que quaisquer medidas seriam apenas "um paliativo", assumiu o responsável pela higiene urbana, renovando os apelos à população para que não coloque lixo na rua, nomeadamente o que não tem cheiro, como é o caso do papel.

"Ainda é cedo para fazermos as contas, mas é visível que há muito resíduo dessa natureza na rua, portanto houve um conjunto de pessoas que não atendeu aos apelos, o que podemos compreender", observou.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara de Lisboa aos problemas que afetam o setor, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido, nomeadamente 13 dos 15 principais pontos.

Pedro Moutinho reafirmou isso mesmo nas declarações de hoje à Lusa, lembrando que o executivo "sempre se comprometeu com todas as reivindicações do acordo de 2023", mas há situações que vão além da sua vontade, nomeadamente ter de lançar novos procedimentos para obras.

"Todas as pessoas de bom senso diriam que uma greve deste tipo não se justifica por este tipo de questões", considera o diretor de higiene urbana.

"Algumas [das reivindicações] estão atrasadas, mas estão a decorrer, não estão abandonadas nem esquecidas", frisou, garantindo que "o acordo vai cumprir-se na totalidade".

O executivo "manifestou abertura total para chegar a um entendimento, mas os sindicatos sempre disseram que pretendiam executar esta greve", recordou Pedro Moutinho, assegurando que "o diálogo continuará a seguir à greve".

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  • Anastácio Lopes
    26 dez, 2024 Lisboa 14:38
    Do que é que este político estava à espera? Após ter aceite as condições que aceitou respeitar com os sindicatos, que afinal não soube respeitar, faltando ao respeito aos que trabalham e aos seus legítimos direitos, do que esperaria alguém que nem a sua própria palavra deu provas de saber respeitar? Mal dos lisboetas que continuam a ser vítimas das irresponsabilidades deste e de outros políticos, que apenas e só nos conhecem quando do voto precisam, não para satisfazerem as necessidades dos munícipes, mas sim, apenas e só, para salvaguardarem as suas carreiras profissionais à conta de um povo assim usado e nunca respeitado. Os lisboetas que abram os olhos, por forma a não se voltarem a deixar enganar, apesar de até este momento, todos e cada um dos que dirigiram a CML nos deram provas de olharem apenas e só por si e nunca pelos munícipes, os concidadãos do Bairro da Serafina, Quinta do Ferro, Bairro da Liberdade, etc, que digam no que é que a sua dignidade habitacional melhorou desde que naqueles bairros sobrevivem, alguns, inclusive, sem água potável, mas apesar disso, continuam a ser ignorados, desprezados e fingidamente respeitados por autarcas da treta que a cidade dispensa, pois nada souberam trazer até hoje, para aqueles e aquelas que recisam de uma habitação e nunca tiveram acesso a ela, por incompetência e irresponsabilidades de umas vereadoras do pelouro da habitação que nunca mereceram o vencimento que recebem à conta do erário público para nunca assumirem respons.

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