27 dez, 2024 - 00:33 • Marisa Gonçalves
A presidente de Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo Sá, entende que o aumento de contactos para a Linha Saúde 24 não significa uma “melhoria do serviço prestado aos utentes” e resulta de “propaganda”.
Os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, entidade que gere o SNS 24, indicam que este ano a linha de saúde atendeu mais de 3,4 milhões de chamadas, quase o dobro comparativamente ao mesmo período do ano passado, sendo dezembro o mês com maior número de atendimentos.
“Estas linhas telefónicas e estas chamadas, que resultam da propaganda do Ministério da Saúde de Ana Paula Martins, não significam que tenha havido um melhor serviço prestado à população. O que significa é que, em muitas situações, as equipas foram reduzidas. Se calhar, muitos utentes e doentes ficaram mesmo sem a avaliação de que necessitavam”, argumenta a sindicalista.
Os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde conhecidos esta quinta-feira também revelam que, em 10 dias, mais de 5.200 mulheres foram triadas pela Linha SNS Grávida e que sete em cada 10 foram encaminhadas para serviços de urgência.
Sobre estes dados, Joana Bordalo e Sá diz significam que o atendimento por telefone não é a solução, porque a maioria das grávidas precisou de ser atendida por um médico.
“Estas linhas telefónicas em nada melhoram esse serviço. Aliás, se calhar até atrasam a observação”, arrisca.
Joana Bordalo Sá considera que “não impediram que os serviços de urgência, nesta altura, quer os de ginecologia e obstetrícia, quer os de pediatria encerrassem, à semelhança do que aconteceu no Verão e que obrigou grávidas a percorrerem quilómetros e quilómetros para serem vistas e nomeadamente dezenas delas a terem os seus bebés nas ambulâncias”.
Nestas declarações à Renascença, a presidente da Federação Nacional dos Médicos defendeu um reforço dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde.